A bactéria Xylella fastidiosa causa graves danos a um conjunto alargado de hospedeiros e é considerada como uma das bactérias mais patogénicas do mundo.
De entre as várias espécies afectadas destacam-se algumas culturas com elevada importância para o nosso país, como a vinha, o olival, as prunoidea e citrinos.
Por Maria do Carmo Martins | Secretária-Geral do COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Desde 2000, a Xylella fastidiosa foi classificada como praga na Europa. Até agora, cinco subespécies foram descobertas:
– Xylella fastidiosa sub-species fastidiosa, patogénica para a vinha e cafeeiro;
– Xylella fastidiosasub-speciesmultiplex, patógenica para múltiplas espécies de amendoeiras, Oliveiras e carvalhos de Xylella fastidiosa;
– Xylella fastidiosa sub-speciessandyi, para o cafeeiro
– Xylella fastidiosa sub-speciesmorus, patogénica para a amoreira;
– Xylella fastidiosa sub-speciespauca, patogénica para a laranjeira, cafeeiro e mais recentemente, para oliveiras, no sul da Itália.
A Xylella fastidiosa foi encontrada pela primeira vez na Europa em outubro de 2013, em oliveiras na provínciade Lecce, em Itália. Um surto separado foi descoberto na Córsega em julho de 2015, em plantas ornamentais (Polygalamyrtifolia).
Esta bactéria vive nos vasos que conduzem a água (xilema) das plantas e dispersa-se através de insetos que se alimentam do xilema de plantas infectadas.
Estes insetos vetores pertencentes à ordem Hemiptera, principalmente cicadelídeos (subfamília Cicadellinae), afroforídeos e cercopídeos, insetos que se alimentam no xilema.
A especificidade entre a bactéria e o vetor é baixa, pelo que praticamente qualquer espécie de inseto que se alimenta no xilema pode ser considerado um seu vetor potencial. Estes vetores, em princípio só atuam como transmissores da bactéria a curta distância (a sua capacidade de vôo é de cerca de 100 m), mas podem alcançar grandes distâncias pela acção do vento (DGAV, 2016).
(Continua).
Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 26 da Revista Agrotec.
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