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Os Estados-Membros da União Europeia voltaram a não chegar a acordo em relação à proposta da Comissão Europeia para renovação da licença de utilização do glifosato por mais cinco anos.
A proposta, votada esta quinta-feira (9 de novembro) e que voltou a ser rejeitada, será novamente apresentada no final do mês ao comité de recurso, uma instância destinada a apoiar a tomada de decisões em casos sensíveis e problemáticos.
A Anipla – Associação Nacional da Indústria para Protecção das Plantas emitiu entretanto um comunicado em que defende que “a abstenção não pode ser sempre à solução”, referindo-se a à posição dos responsáveis nacionais.
António Lopes Dias, diretor-executivo da Anipla, defende que “estamos desapontados com a permanência da indecisão na União Europeia. Se a União Europeia tivesse sido fiel à evidência científica apresentada pelas suas agências já deveria ter sido validada a renovação da licença por 15 anos, e não estaríamos neste debate em que se discute o futuro de uma ferramenta essencial à agricultura.”
Segundo o responsável da Anipla, “apesar de compreender a abstenção de alguns países, pela impossibilidade de consenso na sua política interna, Portugal não deveria estar nesta posição. A interferência de interesses políticos numa decisão que devia ser científica aumenta a confusão nos consumidores europeus, que esperam decisões firmes dos seus governantes.”
António Lopes Dias sublinha ainda a posição em que se encontram as agências europeias que têm emitido pareceres acerca da utilização do glifosato. “Eu não queria estar na posição de Bernhard Url, Executive Director da EFSA, cujo parecer da agência oficial que gere foi novamente ignorado, apesar da evidência científica que apresentou. Algo de errado se está a passar.”