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A produção de vinho da Península Ibérica tem sido uma das mais afetadas pelas alterações climáticas. A conclusão é de um estudo da Universidade Politécnica de Madrid, que indica que a produção espanhola tem sido das mais afetadas.
Temperaturas extremas, secas ou stress hídrico serão, segundo os investigadores, os efeitos associados às alterações climáticas que afetarão a produção vitícola nos próximos anos, com impacto, por exemplo, na qualidade dos vinhos produzidos.
De acordo com os autores do estudo, “os efeitos derivados das alterações climáticas são um facto e podem comprometer a produção de vinho na bacia do mediterrânico, mas também a nível mundial (…) As projeções sugerem que a produção vitivinícola mundial deverá enfrentar um maior stress hídrico e temperaturas variáveis e que a Península Ibérica será uma das mais afetadas pelo problema. Por isso, os riscos derivados das alterações climáticas devem ser tidos em conta.”
No âmbito deste estudo, os cientistas analisam as diferentes condições climatéricas que os produtores de vinho poderão vir a enfrentar, traçando um cenário de menor ou maior impacto.
“O cenário de menor impacto para a produção vitivinícola corresponde a um incremento reduzido das temperaturas e uma baixa diminuição das chuvas, o que se espera que produza poucas alterações nos indicadores agroclimáticos”, dizem. O outro cenário é um de taxas muito mais elevadas de seca ou modificações elevadas nas temperaturas, que afetariam mais a produção de vinho, de acordo com os investigadores, fazendo com que se alterassem as suas características. “Infelizmente, os modelos de projeção até 2099 fazem-nos pensar que se dará uma evolução para condições climáticas mais desfavoráveis em todas as regiões produtoras e que uma das mais afetadas será a Península Ibérica”, concluem.
Espanha deverá ser o país mais afetado
Importa ainda referir que, de acordo com os investigadores, a Península Ibérica, será uma das regiões mais afetadas, sendo que se prevê que Espanha venha a sofrer os maiores efeitos. “Os esforços de adaptação tenderão a ser maiores no Norte da Península, na região vitivinícola francesa e nas zonas mais isoladas do Norte da Europa”, indicam os investigadores.
Conheça o estudo em detalhe aqui.