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Os Laboratórios de Melhoramento e Biotecnologia Vegetal e de Virologia Vegetal, da Universidade de Évora/ICAAM, estão a testar plantas de batata-doce da cultivar ‘Lira’ sanitariamente isentas de vírus.
Augusto Peixe, Professor da Universidade de Évora e um dos investigadores envolvidos neste projeto, explica à VIDA RURAL que estas plantas “foram produzidas por cultura in vitro de ápices meristemáticos e testadas para a presença dos vírus Sweet potato virus C (SPVC), Sweet potato virus 2 (SPV2) e Sweet potato feathery mottle virus (SPFMV), as primeiras plantas de batata-doce da cultivar ‘Lira’.”
“A presença conjunta destes vírus no material de propagação constitui aquilo a que vulgarmente se chama doença viral da batata-doce, a qual, de acordo com a bibliografia, é responsável em outras cultivares por quebras de produção que facilmente atingem os 50%”, acrescenta.
Os testes agora realizados pelos investigadores revelaram a presença destes vírus no material de propagação vulgarmente usado pelos agricultores. Para além disso, testes idênticos realizados posteriormente comprovaram a ausência dos vírus referidos nas plantas obtidas depois do processo de limpeza sanitária.
“Propágulos das plantas produzidas foram fornecidas à empresa Gemüsering Portugal Lda., e estão neste momento a ser testados em campo (Cavaleiro-Cabo Sardão), em condições de produção comercial, num ensaio onde se compara a performance deste material e do material tradicionalmente utilizado. A cultivar ‘Lira’ foi a primeira a ser submetida a este processo de limpeza sanitária, porque, por um lado, não existe material certificado a nível mundial, e, por outro, porque se trata da cultivar autorizada na produção da Batata-Doce de Aljezur IGP, produto e designação que importa preservar. Outras cultivares de interesse agronómico estão neste momento a ser submetidas a idêntico processo”, conclui o investigador.