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A União Europeia atribuiu cerca de 3,5 milhões de euros a um consórcio de cientistas, empresários, produtores e associações de agricultores de seis países – Espanha, França, Grécia Holanda, Itália e Portugal – que pretendem desenvolver soluções para reduzir o impacto negativo da utilização de pesticidas no cultivo de fruta e vegetais.
O projeto ‘OPTIMA: Optimised Pest Integrated Management to precisely detect and control plant diseases in perennial crops and open-field vegetables’ envolve uma dezena de investigadores das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Economia (FEUC) da Universidade de Coimbra e será financiado pelo programa comunitário Horizonte 2020.
Entre os cientistas da Universidade de Coimbra que integram a equipa estão três grupos de investigação – o Centro para a Ecologia Industrial (coordenados por Fausto Freire), o Centro de Ecologia Funcional da FCTUC (coordenados por José Paulo Sousa) e o CeBER – Centro de Investigação em Economia e Gestão da FEUC (coordenados por Luís Dias).
O projeto está, neste momento, a desenvolver uma abordagem integrada e holística para a gestão do problema dos pesticidas, avaliando todos os aspetos críticos relacionados com a sua utilização no cultivo de fruta e vegetais, assente em quatro pilares: previsão, deteção, seleção e aplicação.
Desta forma, os investigadores pretendem “melhorar tipo de pesticidas disponíveis no mercado e a forma como eles são aplicados na agricultura, introduzindo novos biopesticidas (bio-PPPs, substâncias produzidas a partir de micro-organismos ou de produtos naturais para o controle de pragas) e técnicas inteligentes de pulverização, para aumentar a segurança alimentar e reduzir os impactos para a saúde humana e ambiente”, revela Fausto Freire, coordenador da equipa portuguesa e docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC.
A primeira fase do estudo, que terá uma duração de três anos, e terá como foco a investigação e avaliação de pesticidas biológicos e sintéticos (químicos), bem como o seu uso combinado para maximizar o sucesso no controlo de doenças e pragas, o desenvolvimento de modelos capazes de prever o surgimento de pragas nas culturas e ainda o desenvolvimento de novas tecnologias inteligentes de pulverização. As soluções conseguidas pelas várias equipas do consórcio serão agregadas e posteriormente testadas em três culturas selecionadas – cenouras (em França), pomares de maçã (em Espanha) e vinha (em Itália) – em diferentes campos, com a colaboração de cooperativas de agricultores.
Numa outra fase, a equipa de investigação de Coimbra avaliará os riscos para a saúde humana e ecossistemas, assim como os impactos ambientais e socioeconómicos do sistema OPTIMA, em comparação com os sistemas tradicionais, através de uma abordagem que inclui a Avaliação de Ciclo de Vida (impactos diretos e indiretos desde a produção até ao consumo), a Análise de Risco e a Análise de Decisão Multicritério.
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Fonte: Vida Rural