Syngenta acaba de lançar no mercado nacional o Amistar Top, uma nova solução que protege o olival contra o Olho-de-Pavão, doença chave nesta cultura. O produto foi apresentado a 13 de março, no auditório da EDIA, em Beja, perante várias dezenas de empresários e técnicos agrícolas.
José Andrés Aparicio
Nesta jornada de trabalho um especialista internacional revelou que a cada 10 segundos é plantada uma oliveira no mundo e que Portugal tem dos olivais mais tecnológicos e produtivos à escala global.
Nos últimos 15 anos foi enorme (16%) o aumento da área de olival no mundo.
Em média, plantou-se por campanha 152.000 hectares de novos olivais, a um ritmo de uma oliveira por cada 10 segundos.
À escala global, Portugal é um modesto produtor de azeite, com 3,4% da quota mundial em volume, mas no que toca à eficiência produtiva dos novos olivais e à tecnologia aplicada no campo e nos lagares é um player de topo.
Os dados foram revelados por Juan Vilar, investigador e consultor de renome internacional, durante a apresentação do Amistar Top, o novo fungicida da Syngenta homologado para controlo do Olho-de-Pavão, e com efeitos comprovados também no controlo da Gafa, da Cercosporiose e da Verticilose, quatro das principais doenças do olival.
O Amistar Top é um fungicida sistémico formulado em mistura pronta à base de azoxistrobina (200g/L) e difenoconazol (125 g/L), com dois modos de ação distintos, que atuam de forma sinérgica no controlo de um amplo espectro de fungos.
A azoxistrobina inibe a respiração dos fungos, com uma atividade preventiva, curativa e anti-esporulante, distribuindo-se por movimento translaminar nos tecidos das plantas.
O difenoconazol inibe o crescimento dos fungos, com excelente eficácia curativa inicial e atividade antiesporulante, apresentando movimento sistémico no xilema das plantas, protegendo as folhas desde o interior e em ambas as páginas.
O Amistar Top está autorizado para 1 aplicação por campanha, até à floração do olival, e deve ser integrado numa estratégia de tratamentos com outros fungicidas da Syngenta, nomeadamente o Score e o Cuprocol, aconselhou Gilberto Lopes, field expert da Syngenta.
O Amistar Top tem o selo “Tecnologia AMISTAR Comprovada” que garante ao agricultor a qualidade da formulação do produto, com uma combinação única de componentes, otimizada pela reduzida dimensão das partículas das substâncias ativas, que permitem uma distribuição homogénea do produto nos tecidos das plantas, conferindo maior cobertura das folhas e melhor proteção dos tecidos vegetais contra fungos.
O Olho-de-Pavão é a doença mais comum nos olivais, manifesta-se em geral por manchas circulares de tamanho variável e cor castanho-escuro a negro nas folhas.
No entanto, podem aparecer sintomas noutros tecidos verdes da planta como o pedúnculo do fruto. O início da primavera e início do outono são os períodos mais favoráveis para a ocorrência de infeções e desenvolvimento da doença, mas esta também pode manifestar-se no inverno, caso ocorram condições favoráveis ao desenvolvimento do fungo que a origina: Spilocaea oleagina (Castagne).
Neste sentido, o especialista em fitossanidade de olival José Andrés Aparicio aconselhou os técnicos presentes: «devemos definir a estratégia fitossanitária em função das condições climáticas propícias ao desenvolvimento das doenças e não em função da época do ano, começando os tratamentos no início do período de risco de infeção», acrescentando que «o êxito do tratamento depende do conhecimento da doença, da escolha do produto certo e da sua aplicação no momento adequado e da forma correta».
Por seu turno, o especialista Juan Vilar partilhou diversos dados interessantes que atestam o momento positivo que se vive na cultura do olival, mas que também são desafios para produtores e comerciantes de azeite.
Por exemplo, o consumo mundial de azeite aumentou 6,4%, na média dos anos 1990-2009 para 2009-2018, com um aumento mais significativo em países como os EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha ou Rússia.
Já nos países produtores de azeite (como Itália, Espanha, Grécia, Tunísia, Jordânia), que são também os maiores consumidores, a procura de azeite tem vindo a baixar a um ritmo de 281.000 toneladas/ano.