Sob o mote “Mais Tecnologia, Mais resultados”, a Magos Irrigation Systems organizou a 23 de maio, no auditório da EDIA, em Beja, um simpósio que juntou 200 participantes para discutir a rentabilidade económica das culturas do olival e do amendoal.
Na mesa redonda sobre rentabilidade, os especialistas foram perentórios na necessidade de uma mudança de paradigma do hectare para o kg, ou seja, conseguir a máxima produtividade, com o menor uso de inputs por kg de azeite ou kg de amêndoa.
«O importante é conseguir, através de pequenos pormenores de gestão diária da exploração, maximizar a produção para baixar o custo por kg de azeite produzido, para sermos cada vez mais rentáveis, independentemente do preço do mercado», afirmou Bruno Cantinho, produtor e consultor que gere 6.500 hectares de amendoal em Portugal.
«O nosso desafio é reduzir os custos de produção a 1€/kg/amêndoa e chegar o mais perto possível do potencial genético da cultura, nas condições edafoclimáticas do Alentejo. Pensamos que podemos atingir 3000 kg/amêndoa/hectare ou até mais», acrescentou Pedro Branco, produtor e consultor que gere 3.500 hectares de amendoal em Portugal e Espanha.
«Para mim o grande objetivo é produzir cada vez mais kg/hectare, com o menor custo possível, porque no preço do produto final não consigo mexer», disse Pedro Marques, produtor e consultor que gere 2.800 hectares de olival e amendoal em Portugal, dando como exemplo a variação do preço do azeite de 3,70€/kg (há 3 meses) para 2,50€/kg (preço atual).
«O maior desafio dos agricultores é aplicar bem a tecnologia para produzir barato, o teto máximo de custo de produção de azeite deve ser 1,2€/kg e da amêndoa 1,5€/kg. Temos bom clima, bons solos e água suficiente, mas o fator humano, técnico e de gestão, é determinante no sucesso, é preciso ter muita disciplina e certeza nas decisões», alertou Brígido Chambra, produtor e consultor que gere 5.700 hectares de olival e amendoal em Portugal e Espanha.
Em olivais tradicionais de sequeiro, menos produtivos do que os olivais regados, a estratégia de valorização do azeite é indubitavelmente a aposta na venda do produto embalado e com marca própria.
A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, que agrega 22.000 hectares de olival (a maioria em sequeiro), vende 90% do seu azeite embalado e com marca, tendo os olivicultores uma majoração de 0,05€/kg no preço da azeitona Galega (variedade base do azeite DOP da região).
José Duarte, responsável da cooperativa, explica que esta é uma estratégia para evitar o abandono dos olivais de sequeiro, mas antevê que em 2021, quando entrar em funcionamento o bloco de rega Moura-Póvoa de São Miguel-Amareleja (10.000 hectares), «vai haver uma transformação muito grande, com o arranque da maioria dos olivais tradicionais, substituídos por olivais intensivos e superintensivos, ou em alternativa, uma reestruturação dos olivais de sequeiro, com aumento da densidade de plantação e instalação de sistemas de rega. Pensamos aumentar a majoração do preço para a azeitona das variedades autorizadas na DOP», revelou.
Vindo de Israel, o especialista Rueven Birger, membro do Almond Board of Israel e consultor em instalação e rega de amendoal, deixou conselhos práticos aos agricultores, com destaque para os seguintes: a dotação diária de rega deve ser ponderada em função do diâmetro da copa das árvores e das condições meteorológicas e é necessário dar maior volume de rega na fase inicial de desenvolvimento do miolo da amêndoa.
A produção mundial de amêndoa está em crescimento acelerado, estimando-se que em 2020 atinja 1,5 milhões de toneladas, cerca de 15% mais do que atualmente (1,25 M ton), em resposta ao aumento do consumo mundial. «Há procura para absorver a produção atual e futura de amêndoa e tanto Portugal como Espanha têm excelentes condições para incrementar e modernizar a área de pomar. É expectável um incremento da produtividade do amendoal com as novas variedades auto-férteis», explicou Rueven Birger.
O simpósio teve ainda como oradores José Alberto Pereira, do Instituto Politécnico de Bragança numa palestra sobre controlo de pragas e doenças em olival; Dolores Humanes, consultora da empresa Cotecnisur, que falou sobre projeto e implantação de pomares, densidade e marco de plantação e António Poblador, da empresa Improfort, numa aula prática sobre as variedades de amêndoa mais adaptadas a Portugal.
Em jeito de conclusão do evento, António Gastão, administrador da Magos Irrigation Systems, afirma: «todos saímos deste simpósio com algumas ideias sobre como ser mais rentáveis nos nossos negócios, é esta a forma que a Magos Irrigation Systems tem de estar no mercado, contribuindo para o sucesso dos nossos clientes, que em última análise é também o nosso sucesso, através da partilha de conhecimento».