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Foi inaugurada na passada semana, em Alcobaça, a Unidade de Produção de Microalgas, um projeto da Secil que pretende sequestrar CO2 com recurso a microalgas. De acordo com a empresa, este investimento é fruto de um processo de investigação iniciado em 2007 e que tem como objetivo utilizar as microalgas para fins de investigação e desenvolvimento, mas também para fins comerciais.
De acordo com a Secil, o projeto pretende também desenvolver tecnologias específicas para a produção de microalgas em grande escala e para o estudo do impacto dessas microalgas na utilização do CO2 que provém dos gases de combustão resultantes da produção de cimento.
“Refira-se que esta unidade de produção de microalgas opera em sistemas fechados, baseados não só no processo de fotossíntese mas também no desenvolvimento da fermentação destes microrganismos. Em fase de demonstração está um processo de produção que integra vários tipos de sistemas de produção, com vista à otimização da produção das microalgas a uma escala cada vez maior e da produtividade destes organismos no meio de cultura, potenciando a utilização do CO2 por parte das microalgas”, refere a empresa.
Entretanto, encontram-se também em fase de estudo outras espécies de microalgas que reúnem um conjunto de características específicas para a utilização de CO2. Um dos objetivos do estudo passa pela aferição da taxa de consumo de CO2 de cada uma dessas microalgas em vários tipos de sistemas de produção.
As duas microalgas cultivadas na unidade serão introduzidas nos mercados da alimentação humana e da alimentação animal, sendo produzidas exclusivamente com CO2 adequado para fins alimentares (food grade). “A Chlorella vulgaris é uma das poucas espécies de microalgas que se encontram aprovadas pela Comunidade Europeia como ingrediente e suplemento alimentar. A Nannochloropsis sp. é um dos géneros mais utilizados para aplicações em aquacultura, pela sua composição rica em ácidos gordos essenciais, e pelos restantes nutrientes, naturalmente biodisponíveis. É também uma das microalgas mais promissoras como fonte de EPA (um dos Omega 3 mais valorizados no mercado dos suplementos dietéticos), principalmente para os consumidores vegetarianos”, acrescenta a Secil.