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Os agricultores da ilha Terceira, na região autónoma dos Açores, preveem perdas entre os 30% e os 40% na produção de leite devido à seca sentida na região e que afetou a produção de milho.
Citado pela Lusa, Anselmo Pires, presidente da Associação de Jovens Agricultores Terceirenses (AJAT), refere que “nos primeiros cinco meses [de 2018], até tivemos uma produção superior ao ano passado. No mês de junho tem caído abruptamente e vamos notar ainda mais nos próximos meses. E vai haver rutura de stocks, porque se calhar 30% a 40% da produção do leite é capaz de cair”.
De acordo com o agricultor, a seca sentida naquela região açoriana foi uma das piores desde que há memória. “No meu tempo, nunca houve nada disto. Os mais antigos referem que há mais de 50 anos houve um caso parecido, mas não tanto gravoso como este ano”, sublinhou.
Os atrasos na produção de erva e milho farão agora sentir-se na produção de leite e de carne de bovino, uma vez que, segundo o presidente da AJAT não haverá produção suficiente para assegurar a alimentação do gado.
Anselmo Pires já reivindicou, entretanto, a atribuição de apoios do Governo Regional aos produtores de bovinos de leite e de carne já que se espera que a quebra na produção de alimentos vá “afetar bastante a produção de leite e mesmo de carne”.
O secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, já respondeu, referindo que irá definir medidas. “Esta semana vamos reunir-nos com a Federação Agrícola dos Açores para, no fundo, se possível, tomar algumas decisões e avançar com soluções concretas para minimizar os prejuízos, que não há dúvidas que vão existir”, explicou.