Texto e Foto: Ana Clara
A 2 de fevereiro, o CNEMA, em Santarém, foi palco do 2º Simpósio Nacional de Culturas Agroindustriais.
Este evento, de âmbito nacional, teve como principal objetivo constituir um amplo fórum de debate e de troca de experiências, com todos os agentes da fileira agroindustrial.
Na sessão de abertura, José Eduardo Oliveira, presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, deixou à plateia as suas preocupações em relação à saída do Reino Unido da União Europeia.
Aludiu às consequências para os produtores portugueses – hortícolas e hortoindustriais – e deixou um conselhor: «é fundamental que todas as organizações comecem a negociar já com o Reino Unido» porque «em março de 2019, os produtos irão começar ser taxados no Reino Unido com a classificação de países terceiros».
O líder da CAP alertou ainda para o problema grave da seca que Portugal atravessa e considerou que «2018 pode ainda ser bem pior do que 2017». «É essencial olhar para a questão da água armazenada nas albufeiras, recordo que o sul do país está à míngua para as suas necessidades de rega, temos problema na qualidade da água, e pior que tudo, sentimos pouca dinâmica entre os ministérios da Agricultura e Ambiente para esta situação», enumerou José Eduardo Oliveira.
Coube depois a Pedro Queiróz, presidente da Federaçâo das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), a conferência inaugural do evento, abordando o tema “O setor agro-industrial em Portugal e na Europa”.
Citando o Instituto Nacional de Estatística (INE), o responsável lembrou que o setor industrial emprega, em Portugal, 110 mil pessoas e conta com cerca de 11 mil empresas a laborar.
A crise económica recente, lembrou Pedro Queiroz, ajudou muitas empresas a «darem o salto». Neste ponto, recordou que «a agricultura pode ter um papel essencial em ligação com a indústria transformadora».
O responsável considera que os novos tempos estão a trazer «a trazer-nos a confluência de tecnologias digitais disruptivas, que estão já a alterar o setor produtivo e a revolucionar o modelo industrial».
Para o dirigente da FIPA, o impacto do online no setor agroalimentar em Portugal irá redefinir o próprio posicionamento do mercado.
No evento foram ainda debatidos os seguintes temas:
– Modelos preditivos para os inimigos chave da couve-brócolo no âmbito do projeto Safebrócolo
– Amendoim Nacional – oportunidades e desafios
– NEC CropScope: Solução tecnológica para otimização da produção de Tomate-Indústria
– Novos Desafios na Proteção Fitossanitária
– AsfertGlobal: All-Grip – biofertilizante solubilizador de fósforo
Syngenta: Nova solução inseticida
– A Certificação Global G.A.P. em culturas agroindustriais
– Certificação nas agroindústrias: tendências e desafios
– A Segurança dos alimentos em Portugal
– As exigências dos mercados face aos consumidores
– O que está a mudar na mesa portuguesa?
– Pedir o produto pelo nome. uma marca que fica, um valor que soma
– Financiamento do investimento agroindustrial: situação atual e expectativas.
O Simpósio foi organizado pela Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP), a Associação Portuguesa de Horticultura (APH) e as entidades associadas ao evento: FNOP (Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutos e Hortícolas) e COTHN (Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional).
Leia a reportagem completa na edição impressa da revista AGROTEC 26.