Por Manuel Laureano, Diretor Comercial Lusosem
Num mercado turbulento com sérios problemas de flutuações de preço tanto ao nível dos fatores de produção como também do valor dos produtos agrícolas, os produtores procuram soluções com as quais possam ter mais segurança nos rendimentos obtidos e aumentar a sua competitividade, numa realidade cada vez mais agressiva em termos de mercado. No contexto atual, a produção de alimentos na exploração é, cada vez mais, um tema particularmente relevante e determinante para os agricultores portugueses assumindo, um papel chave no rendimento final das empresas agrícolas.
Os azevéns e outras espécies forrageiras têm assim um papel importante e cada vez mais estratégico nas explorações agrícolas, assumindo a produtividade por hectare associada à qualidade, uma importância crescente. Nesse sentido, as variedades das sementes, os cuidados na sementeira e as adubações podem ajudar na quantidade e qualidade nutricional.Um dos factores mais críticos de sucesso na produção de silagem de erva é a escolha da variedade certa. De facto, parâmetros como a duração do ciclo vegetativo, floração precoce ou tardia, tolerância a doenças, entre outros, são elementos fortemente dependentes de cada variedade e determinantes para a quantidade e qualidade nutricional. Dentro deste âmbito, o produtor tem de ter claro de início a sua estratégia para a produção de silagem de erva, nomeadamente qual o período de tempo que tem, ou quer ter, disponível para a cultura e consequentemente quantos cortes irá potencialmente realizar, para além da decisão ou possibilidade entre cultura de sequeiro ou regadio.Se a escolha da variedade é um factor critico, algumas das operações e opções culturais são igualmente tão ou mais relevantes para a quantidade e qualidade nutricional da silagem de erva.
CORRECTA ADUBAÇÃO
Este fator é de extrema relevância na produção de silagem de erva, particularmente à base de azevém, que é uma cultura exigente em termos de adubação e fertilidade de solo, existindo mesmo uma relação quase directa e linear, entre a disponibilidade de azoto, a quantidade produzida e o nível proteico.
DATA DE SEMENTEIRA
Os meses ideais são meados setembro e outubro. De facto, a partir da entrada em novembro, não sendo impeditivo é, na maior parte dos casos, fortemente condicionador do potencial produtivo e da capacidade de implantação das culturas.
PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA
Valores superiores a 1cm são potencialmente condicionantes. No caso de existirem trevos esse valor até não deve ultrapassar os 0,5 centímetros.
CORRECTA ÉPOCA DE CORTE
Em termos gerais, a partir do momento em que ocorre o espigamento, a perda de qualidade é muito significativa. De forma simplista, o corte deverá sempre ocorrer antes do espigamento, tendo em vista um compromisso óptimo entre produção de massa verde, digestibilidade e teor de proteína. Importa ainda referir que cortes precoces conduzem, por princípio, a aumentos muito significativos da qualidade (particularmente em proteína) penalizando no entanto, a quantidade por valores de matéria seca normalmente mais baixos.
ALTURA DE CORTE
Parecendo um pormenor de importância menor, é um factor muito importante em termos de qualidade e produção global da parcela, particularmente num modelo de mais de um corte. A altura mínima de corte deve ser maior ou igual a sete centímetrosm. De facto, em termos de qualidade, cortes mais baixos produzem na maior parte das vezes silagens com valores de cinzas demasiado elevados e muitas vezes “contaminados por terra”. Por outro lado, cortes demasiado baixos reduzem de forma muito significativa a capacidade das plantas de retoma e de produção de matéria verde após corte.
A produção de silagem de erva de qualidade é um campo crítico para competitividade das explorações agrícolas, tendo, no entanto, de ser encarada como uma cultura que precisa de investimento e um correto maneio por parte do agricultor. Sem esta abordagem, os resultados podem ser manifestamente inferiores ao seu potencial e demasiado variáveis de ano para ano ou de parcela para parcela.
Nota: Artigo publicado na edição impressa da Agrotec 32.
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Fonte: Agrotec