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Os produtores de leite do Planalto Mirandês temem as consequências da seca no setor. De acordo com a Rádio Renascença, os produtores da região preveem uma redução para cerca de um terço da atual produção que se situa nos 45 mil litros por dia.
“Em quase todos os locais de pastoreio não há água nem alimento e a produção vai ficar reduzida em cerca de um terço”, revela o presidente da Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês (APLPM), João Henriques, em declarações à Renascença.
De acordo com o produtor, a situação de seca é tão extrema que “há ribeiros que nunca tinham secado, mas que hoje não correm” e que os poços “estão muito aquém das suas capacidades e os lençóis freáticos começam a secar”.
A situação “é muito preocupante” e “se, não chover bastante a partir da segunda quinzena de outubro, o próximo ano agrícola está comprometido, no que respeita à produção de forragens e cereais”, acrescenta.
Também a Associação Nacional de Criadores Ovinos de Raça Churra Mirandesa teme que a falta de água coloque os produtores numa situação difícil, já que a falta de água pode conduzir à escassez de alimento.
De acordo com a secretária técnica da associação, Andrea Cortinhas, ouvida pela Rádio Renascença, “as condições de pastoreio começam a ser drásticas devido à escassez de alimento e à falta de água para os animais beberem”.
Devido à falta de água nos riachos e ribeiros, existem agricultores que estão já a ser obrigados a recorrer a charcos, uma alternativa pouco segura, de acordo com Andrea Cortinhas, já que “com a recolha de água estagnada, corremos o risco de acarretar com uma grave praga parasitária para os animais”.
No final de setembro, mais de 80% do território de Portugal continental estava em “seca severa”.