Produzir por uma energia mais ‘verde’

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Usar o desperdício e produzir cereais e hortofrutícolas para gerar energia. É isso que estão a fazer os agricultores italianos para produzir de forma mais ‘verde’ e reduzir os custos energéticos associados à sua atividade. Anna Trettenero, agricultora italiana e uma das fundadoras da Alfafa Energia, é um exemplo: produz cereais e hortofrutícolas para produzir biocombustíveis e, assim, garantir a sustentabilidade energética da sua produção.

“A energia produzida pela Alfafa Energia traz valor para a produção agrícola da minha região, ao mesmo tempo que trabalha os princípios da bioeconomia circular”, defende a produtora. A aposta surgiu depois da reestruturação do setor do açúcar em Itália, nomeadamente na região de Anna Trettenero, que decidiu diversificar as suas opções culturais.

“Quando a nossa unidade regional para produção de açúcar fechou em 2006, os produtores da minha região, incluindo eu, estavam a cultivar cerca de 3000 hectares de beterraba sacarina. Isso levou-nos a procurar diversificação e com uma regulação nacional que favorecia o desenvolvimento de energias a partir de fontes renováveis, percebemos que esta área tinha muito potencial para a digestão anaeróbia”, revela a agricultura em declarações ao EIP-AGRI.

Apostaram numa unidade de produção, na qual investiram 5 milhões de euros, que seria alimentada pela energia produzida com recurso a algumas das principais culturas produzidas na região – milho, sorgo, trigo, cevada e centeio. A unidade está em operação desde 2012 e cria biocombustíveis que depois geram eletricidade.

De acordo com Anna Trettenero, “para além da geração de eletricidade, também construímos o nosso modelo de negócio à volta da produção e embalamento de alfafa desidratada. O calor excedente gerado não sai da fábrica e é redirecionado para um ‘desidratador’. A alfafa desidratada tem sido bem recebida, não só a nível global por produtores pecuários, mas também a nível regional por produtores de Parmigiano Reggiano.”

A produtora quer agora ajudar a criar um Grupo Operacional para estudar uma forma de manter a sua unidade de produção viável sem apoios comunitários e diz que é importante desafiar os agricultores que possuem terras que não estão a ser utilizadas a apostar naquilo que chama de “agricultura da energia”, produzindo culturas que permitam gerar energia. “Numa altura tão dura para os agricultores, pode ser uma forma de trazer receitas adicionais e de manter as suas operações viáveis”, diz.

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