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Uma investigação realizada pela Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um produto natural que conseguiu aumentar a vida útil pós-colheita do morango. Para atingir esse resultado, foram adicionados óleos essenciais a um recobrimento comestível para combater doenças fúngicas, o que preservou qualidade dos frutos por um período maior de tempo.
Esta ‘embalagem natural’, feita à base de carboximetilcelulose, conseguiu ainda preservar a qualidade sensorial e manteve as características físico-químicas das frutas.
O morango é uma das culturas que mais sofre com ataques de fungos, por estar em contato direto com o solo. Isso leva os produtores, em muitos casos, a utilizarem agroquímicos que, nocaso brasileiro, podem deixar resíduos acima dos limites permitidos pelos acordos internacionais de fitossanidade.
Os óleos essenciais foram extraídos da espécie Lippia sidoides, também chamada popularmente de Alecrim-pimenta, alecrim-grande e estrepa-cavalo. Trata-se de uma planta pertencente à família Verbenaceae. É um arbusto silvestre, originário da Região do Cerrado do Brasil, que sob condições ideais pode alcançar até 3 metros de altura.
“A Lippia sidoides foi o vegetal que apresentou a maior atividade antifúngica. Em associação com o recobrimento comestível, foi capaz de reduzir a severidade de importantes doenças que acometem o morango na pós-colheita, preservando as características por 18 dias sob armazenamento refrigerado”, explica a investigadora Jacqueline de Oliveira, autora do estudo.
“Essa associação pode representar uma estratégia inovadora, eficiente e alternativa aos fungicidas tóxicos para o controle de doenças pós-colheita em morangos além de aumentar o período de comercialização da fruta, que hoje não ultrapassa uma semana e, a partir da pesquisa, pode chegar a até 18 dias”, complementa ela.
Jacqueline de Oliveira, autora do estudo
Esta especialista em Ciência e Tecnologia de Alimentos acrescenta que essa tecnologia pode ser aplicada em usos menores (culturas com suporte fitossanitário insuficiente). Segundo ela, os óleos essenciais são opções mais sustentáveis pelo seu baixo impacto ambiental no controle de fungos em frutas. “Essas alternativas envolvem óleos essenciais para o controle de doenças pós-colheita em frutas e hortícolas”, diz Jacqueline.
A pesquisa faz parte do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq/USP). A investigadora teve a orientação da professora Marta Helena Fillet Spoto.
Jacqueline de Oliveira é engenheira agrónoma, Mestra e Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Esalq/USP. É especializada em processamento de alimentos, pós-colheita de frutas e hortaliças, alimentos minimamente processados, análises físico-químicas e análises microbiológicas. Tem experiência na área de Fitopatologia, com ênfase em potencial antifúngico de óleos essenciais e formulações alternativas visando o controle de doenças em frutas e hortaliças, bem como a condução de experimentos em laboratório e casa de vegetação (in vitro e in vivo).
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Fonte: Vida Rural