Os dias de seca extrema e os incêndios em Monchique poderão baralhar as previsões, avisa o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As previsões agrícolas do INE, em 31 de julho, apontam para um aumento de 8% este ano na produção de cereais de outono/inverno, face a 2017, devido às condições climatéricas favoráveis.
Mas o instituto ressalva que estas previsões, esta segunda-feira divulgadas, como se reportam aos últimos dias de julho, não integraram ainda «potenciais impactos» da vaga de calor do início de agosto, nem eventuais consequências do incêndio de Monchique, podendo por isso ser ajustadas no Boletim Mensal de Agricultura e Pescas de agosto, a publicar em setembro.
Mas os dados estatísticos até ao final de julho perspetivam um aumento de 5% da área de milho para grão, que deverá fixar-se nos 90 mil hectares, a maior área desde 2015.
No tomate para a indústria, o INE registou um aumento da pressão das doenças criptogâmicas, nomeadamente do míldio, prevendo uma manutenção do rendimento unitário da campanha passada.
Também no arroz a produtividade deverá ser semelhante à do ano anterior, enquanto para a batata de regadio, as colheitas já realizadas apontam para uma produtividade 10% inferior à de 2017, a rondar as 21 toneladas por hectare.
Os pomares e as vinhas apresentam um atraso no ciclo vegetativo que varia, consoante as regiões, entre as duas e as três semanas, conferindo às condições climatéricas de agosto e setembro um caráter determinante na quantidade e qualidade da vindima.
Na vinha, perspetiva-se que a produtividade decresça 5%, face a 2017, e na maçã e na pera as previsões são para reduções do rendimento unitário de 5% e 10%, respetivamente, com bastante heterogeneidade na carga de frutos dos pomares.
No pêssego estima-se um aumento da produtividade de 5%, superior à da campanha anterior, ainda que abaixo das perspetivas iniciais, sobretudo devido aos danos causados pela ocorrência de aguaceiros fortes, acompanhados de granizo, na segunda quinzena de junho.
Quanto à amêndoa, o INE prevê uma quebra na produtividade de 20% face à campanha anterior, resultado de dificuldades na fase da floração/vingamento do fruto.