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Enfrentando a crise no setor, a FPAS (Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores) lançou a marca porto.PT “para diferenciar e valorizar a carne nacional” bem como “consciencializar os consumidores para as boas práticas” associadas a esta marca. Os produtos com este rótulo estão disponíveis desde o passado sábado e o presidente da Federação garante que “a reação tem sido muito positiva, com a procura a ultrapassar o que esperávamos”.
Vítor Menino explica à VIDA RURAL que a marca foi ‘lançada’ em janeiro, com os produtores a aderirem às condições de produção determinadas no Caderno de Especificações, homologado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e que regula todo o processo de produção, abate, transformação, comercialização e promoção de uma carne de qualidade superior. Todo o processo é certificado por uma entidade independente de controlo e certificação, a CERTIS.
As principais condições são a “incorporação de um mínimo de 60% de cereais na alimentação; espaço de criação por animal, pelo menos, 10% superior ao exigido pela legislação comunitária e carne isenta de odores desagradáveis”, ou seja, são animais castrados cumprindo integralmente a legislação comunitária, adianta o responsável.
O dirigente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores diz-nos ainda que, neste momento, cerca de 50% da produção nacional já aderiu a esta marca de certificação, mas esperamos em breve que todos os produtores estejam connosco neste projeto, uma vez que em cada dia temos novas adesões”. A produção nacional ronda os quatro milhões de porcos/ano, assegurando cerca de 55% do consumo do País.
Vender a um preço justo
A marca porco.PT “certifica uma carne de superior qualidade, com maior tenrura e melhor textura e paladar, assegurando a segurança alimentar e dando maior sustentabilidade ao mundo rural”, frisa Vítor Menino, acrescentando que “é vendida a um preço justo para o produtor – tendo em conta o acréscimo de custos de produção –, ou seja, um preço um pouco acima da carne indiferenciada, mas respeitando uma relação qualidade/preço justa”.
Os custos superiores de produção advêm, principalmente, do aumento do espaço necessário, bem como da maior incorporação de cereais, “o que resulta num índice de conversão alimentar superior em cerca de 125 g/kg de carne produzida”.
A FPAS decidiu avançar com esta medida para ajudar os produtores nacionais a enfrentarem a crise que tem vindo a afetar o setor nos últimos dois anos e depois de ter promovido, em parceira com a GFK, um estudo de mercado que concluiu que 52% da população portuguesa desconhece a origem da carne que consome.
Sob o mote “Dê o porco ao manifesto – Escolha o que é nosso”, o lançamento da marca porco.PT vai ser alvo de uma campanha promocional na rádio, televisão, redes sociais e outros meios.
Leia o artigo completo na edição de julho/agosto da VIDA RURAL.