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O Parlamento Europeu propôs esta quinta-feira (1 de março) medidas de “grande escala” para proteger a saúde das abelhas, apoiar os apicultores europeus e promover o mel e a sua utilização enquanto produto terapêutico.
Atualmente, a União Europeia tem cerca de 600 mil apicultores, 10 698 dos quais em Portugal, de acordo com dados publicados pela Comissão Europeia em 2016. No total, produzem-se anualmente, no espaço comunitário, cerca de 250 mil toneladas de mel, o que faz da UE o segundo maior produtor mundial, logo a seguir à China.
Para além disso, de acordo com o Parlamento Europeu, “cerca de 84% das espécies vegetais e 76% da produção alimentar na Europa dependem da polinização efetuada pelas abelhas selvagens e domésticas”.
Por tudo isto, o Parlamento Europeu pede “uma estratégia de grande escala e a longo prazo para a saúde das abelhas e seu repovoamento, a fim de preservar as populações de abelhas selvagens atualmente em declínio na UE.”
Os eurodeputados querem um plano de ação para combater a mortalidade das abelhas, o aumento do financiamento ao setor da apicultura e a introdução de um regime de compensação nos programas apícolas nacionais para a mortalidade das colónias de abelhas, resultante de catástrofes naturais, doenças ou predações.
A somar a tudo isto, o Parlamento Europeu defende a proibição de substâncias ativas dos pesticidas, como os neonicotinóides, que de acordo com vários estudos representam um risco para as abelhas; e um reforço dos controlos veterinários fronteiriços e no mercado interno para que sejam realizadas amostragens e testes oficiais ao mel proveniente de países terceiros nas fronteiras externas da UE, uma vez que “as importações de baixa qualidade, as adulterações e os sucedâneos continuam a exercer pressão sobre os preços”, referem.
Os eurodeputados pedem ainda à Comissão que elabore um relatório sobre as diferentes práticas terapêuticas que utilizam mel, pólen, geleia real e veneno de abelha na UE, salientando a importância crescente da apiterapia como uma alternativa natural ao tratamento com medicamentos convencionais.