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À margem da 24ª Feira Nacional do Porco, o presidente da FPAS fez um balanço positivo de quase um ano da certificação e marca Porco.PT. Vítor Menino explicou à VIDA RURAL que “neste momento 45% da produção tem a certificação e este é um projeto para crescer”.
O responsável da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) assegurou que “a marca tem vindo a crescer em termos de colocação da carne e que o consumidor está satisfeito”, adiantando que “as quatro grandes insígnias estão empenhadas no projeto, ainda que possamos dizer que uma delas – o Pingo Doce – pesa cerca de 50% do negócio com a distribuição moderna, por isso temos muito mais a fazer com as outras”.
Vítor Menino, responsável da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores
Vítor Menino salienta que o produto porco.PT “é de maior qualidade e tem melhor paladar, mas não tem de ser vendida mais cara, porque os custos extra para a produzir têm sido suportados integralmente pela produção, pelo que as mais-valias até agora têm sido apenas para quem comercializa”, no entanto, admite que “o nosso objetivo também é virmos a ter a nossa parte nessa valorização”.
O objetivo, a médio/longo prazo é “diferenciar os porcos nacionais dos importados e esta certificação, a que podem aderir todos os produtores, diferencia claramente pela qualidade e o nosso objetivo é valorizar esta diferença”, assegura.
Mais de 30.000 animais por semana
A FPAS fez recentemente ajustamentos ao Caderno de Especificações da certificação/marca Porco.PT criando dois Cadernos com regras diferentes para duas ‘gamas’: Porco.PT e Porco.PT Premium. Assim, o presidente da Federação afirma que “temos disponíveis entre as duas certificações mais de 30.000 animais por semana – 25.000 no Porco.PT e 5.000 no Porco.PT Premium”, salientando que ambos têm regras, nomeadamente de bem-estar animal, ainda mais exigentes que as definidas pela União Europeia (UE).
João Correia, sócio-diretor da Porsicuni – SAP, que “tem 1.200 porcas reprodutoras e estamos a trabalhar em exclusivo Porco.PT, desde a génese do projeto e fomos a primeira empresa a ter todas as unidades certificadas e com o grau de excelência”, acrescentando que a principal alteração que fez no maneio foi “o aumento em 10% da área por animal, nos animais de acabamento, para cumprir as especificações do caderno e aprimoramos ainda mais a alimentação”.
João Correia, sócio-diretor da Porsicuni
Para que a carne tenha melhor qualidade e paladar, “temos de ter ainda mais cuidado na alimentação dos animais, que na nossa empresa, é composta em cerca de 75% por cereais nobres”, adianta.
O produtor afirma ainda que “começa agora a sentir-se um aumento da procura, o que está dentro das nossas expetativas, uma vez que assumimos desde o início que o primeiro ano seria para a implementação da marca, o que temos vindo a fazer com muito esforço e muitas provas de campo, principalmente nas grandes superfícies que aderiram ao projeto”.
China e Índia são grandes oportunidades
O presidente da FPAS salienta que “os mercados alternativos são fundamentais para que possamos crescer”, por isso, adianta que “o mercado chinês – e também o da Índia, que foi anunciado pelo ministro da Agricultura que estava aberto – é o maior produtor, consumidor e importador de carne de porco no mundo, por isso é um mercado extremamente apetecível”.
Assim Vítor Menino adianta que “com este mercado aberto, uma vez que as negociações políticas estão concluídas estando-se agora a tratar das questões técnicas, acreditamos que Portugal porque sabe produzir e é competitivo, poderá vir a exportar cerca de um milhão de porcos por ano para a China, o que representa cerca de 25 a 30% da nossa produção”.