Nova PAC pode ser oportunidade para os biológicos

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O presidente da direção da Agrobio defendeu, em declarações à agência Lusa, que a nova Política Agrícola Comum (PAC) pode ser uma oportunidade para apostar nos produtos biológicos.

“A futura Política Agrícola Comum vai deixar um maior grau de flexibilidade a cada país para apostar naquilo que verdadeiramente acha que é estratégico. Nós estamos expectantes e a conversar com o Governo no sentido de poder apostar nesta agricultura”, afirmou Jaime Ferreira.

O responsável da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio) referiu que, apesar do Brexit retirar recursos do orçamento da UE, “onde há uma dificuldade, também há uma oportunidade”. Para Jaime Ferreira, mais dinheiro não significa melhores resultados, por isso, é preciso saber como alocar os recursos disponíveis.

“Nós temos de colocar o dinheiro onde resultem bens públicos […]. Não é a União Europeia (UE) que nos diz onde vamos colocar o dinheiro. Desta vez, vai-nos ser dada a oportunidade de fazer escolhas como nunca houve. Não há mais desculpas, ou se quer apostar na agricultura biológica ou não se quer”, referiu o presidente da direção da Agrobio.

Consumidores dispostos a pagar mais por biológicos

Jaime Ferreira disse ainda, em declarações à Lusa, que os consumidores estão dispostos a pagar mais pela qualidade dos produtos biológicos, sublinhando, no entanto, que o preço destes alimentos pode descer se for possível aumentar a produção.

“Os preços têm de ser mais próximos daquilo que o consumidor pode pagar, mas o consumidor também está disposto a pagar mais por produtos biológicos”, disse o presidente da direção da Agrobio.

“Alguns produtos biológicos, sobretudo na época própria, são mais baratos, não sei é se as pessoas se apercebem disso […]. Consumir de acordo com a estação do ano tem custos favoráveis em termos do ambiente, saúde e dinheiro no bolso”, defendeu ainda.

Para Jaime Ferreira o desafio passa também por aumentar a produção, que ainda é reduzida em Portugal, dando resposta às exigências do mercado interno e externo.

Em novembro de 2018, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural afirmou que Portugal importa 50% do que se consome em matéria de agricultura biológica, apesar dos 270 mil hectares que o país tem dedicados a este setor.

Recorde-se que, de acordo com a legislação europeia adotada, em janeiro de 2021, os Estados-Membros da União Europeia deverão adotar novas regras na produção agrícola em modo biológico. A proposta para a nova legislação foi adotada pelo Conselho Europeu no final de maio de 2018 e prevê, por exemplo, a aceitação de níveis mínimos de contaminação por pesticidas já a partir de 2024.

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Fonte: Vida Rural

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