Mudanças nas práticas agrícolas, nos hábitos alimentares e no desperdício alimentar poderiam ajudar a conter o aquecimento global, segundo uma análise do organismo científico independente Climate Action Tracker.
A agricultura provoca 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa e pelo menos metade das emissões de gases que não o dióxido de carbono, ao nível de cinco a seis gigatoneladas por ano do equivalente em dióxido de carbono.
«Mudar as práticas agrícolas poderia levar a uma redução de 0,6 gigatoneladas do equivalente em dióxido de carbono, mas quando combinado com o abandono da carne e lacticínios poderia chegar às 3 gigatoneladas», o que poderia ser suficiente para descarbonizar o setor para chegar aos 1,5 graus”, afirmou Niklas Höhne, do Newclimate Institute.
As principais fontes de metano e óxido nitroso na agricultura são a flatulência dos animais, os fertilizantes sintéticos, o cultivo de arroz, os resíduos das colheitas e o cultivo de solos orgânicos.
No que toca ao desperdício alimentar, defende-se que os supermercados europeus deviam deixar de rejeitar alimentos por causa da forma, tamanho ou cor e que em alguns casos, as etiquetas que definem uma data de consumo aconselhada podem ser retiradas.
«Mudanças na dieta poderão implicar que há menos mil milhões de hectares de terra dedicada ao cultivo, trazendo a curva das emissões para baixo. Aliás, alguns governos já encorajam os cidadãos a mudarem hábitos alimentares por causa dos benefícios em termos de saúde pública», afirma-se no Climate Action Tracker.
Os apelos do organismo visam os representantes da indústria agrícola mundial, que esta semana estão reunidos em Berlim para o Fórum Global de Alimentação e Agricultura.
Fonte: Diário de Notícias