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A Quercus denunciou, no final de outubro, o abate de cerca de mil azinheiras na Herdade do Ramalho, em Avis. O Ministério da Agricultura veio esta terça-feira (6 de novembro) confirmar o corte das azinheiras, lembrando que a legislação de proteção da azinheira e do sobreiro prevê contraordenações puníveis com multas até aos 150 mil euros, embargo de trabalhos e reposição da situação anterior.
Numa nota enviada às redações, os responsáveis pela pasta da Agricultura e das Florestas revelam que depois de terem recebido um alerta para o corte ilegal de árvores, os serviços do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) deslocaram-se ao terreno, confirmando agora que “existiu, de facto, um corte de azinheiras/sobreiros sem a necessária autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, em área e número de árvores” que estão a ser contabilizados.
O Ministério diz ainda que foram “detetadas mobilizações de solos, afetando o sistema radicular de azinheiras/sobreiros existentes”, estando neste momento “em curso” o levantamento “integral” da situação.
A Herdade do Ramalho detém um turismo rural no Alentejo – Monte do Ramalho. De acordo com a denúncia da Quercus, a sociedade agrícola terá abatido o montado de azinho para “instalar um olival intensivo”.
Segundo a associação ambientalista, a Herdade do Ramalho terá também drenado “lagoas temporárias em áreas condicionadas” pela Reserva Ecológica Nacional (REN) sobre o aquífero de Casa Branca — Cano (Sousel), “comprometendo” a disponibilidade de água para outros usos na região.