A Syngenta organizou, no mês de março, na Casa Cadaval, em Muge, as Jornadas Tomate onde se debateram os problemas fitossanitários que afetam esta cultura, em particular a mosca branca, uma praga que gerou elevados prejuízos na última campanha, depreciando o rendimento e a qualidade dos frutos.
Entre as soluções apresentadas pela Syngenta para garantir a sanidade das plantas e dos frutos, destacaram-se os inseticidas ACTARA®, AMPLIGO® e EFORIA® e o fungicida RIDOMIL GOLD R WG®.
Os balanços das últimas campanhas têm demonstrado um crescente aumento da produção de tomate indústria em Portugal.
Em 2017 foram plantados 17.863 hectares e entregues para transformação na indústria 1,5 milhões de toneladas de tomate.
Todavia, a qualidade do produto final, sobretudo o processado proveniente das colheitas de final de época, revelaram perda de qualidade por alteração de cor do fruto.
A qualidade do processado de matéria-prima no final da campanha é afetado pela destruição de área foliar, que se deve à natural senescência das plantas, mas também a incidência de pragas, como mosca branca, ácaros e traça do tomateiro.
Estas contribuem para a desfoliação, cuja incidência aumentou nos últimos anos, momento em que se começou a registar a designada “falta de cor”, um fator que penaliza a qualidade do tomate, levando a reduções no preço pago pelas indústrias aos agricultores.
A mosca branca é responsável pela transmissão de diversos vírus à cultura e causa o amadurecimento irregular do tomate.
A Syngenta preconiza uma «estratégia concertada de luta contra este inseto (Bemisia tabaci), com base no inseticida ACTARA® , combinado com produtos de outros grupos químicos, posicionados no momento certo, ao longo da campanha, como forma de evitar resistências e garantir o controlo eficaz da praga», afirmou Gilberto Lopes, field expert da Syngenta.
O ACTARA® , inseticida sistémico de rápida ação contra mosca branca e afídeos, é um produto muito versátil, pois pode ser aplicado por três vias: ao solo; nos viveiros de jovens plantas (por imersão dos tabuleiros ou por injeção na turfa, 2 a 3 dias antes do transplante) e via rega (5 a 7 dias após o transplante ou ao aparecimento da praga).
A traça do tomateiro (Tuta absoluta) é praga chave da cultura de tomate e pode provocar prejuízos na ordem dos 100 %.
A Syngenta lançou em 2017 o AMPLIGO®, um inseticida multipraga, eficaz no controlo das duas espécies de lepidópteros mais prejudiciais para a cultura do tomate indústria – a lagarta e a traça do tomateiro.
Ao conter duas substâncias ativas com dois modos de ação diferentes, o AMPLIGO® proporciona um controlo de todos os estádios de desenvolvimento dos lepidópteros e apresenta um bom perfil anti-resistências.
O produto demonstra boa eficácia, mesmo quando aplicado com temperaturas elevadas, graças à sua formulação com a tecnologia ZEON® que inclui uma proteção UV das micro-capsulas do produto, prolongando por mais tempo o seu efeito de controlo das pragas.
No que respeita aos fungicidas, o RIDOMIL GOLD R WG® , à base de metalaxil M e cobre, é um anti-míldio homologado para várias culturas de ar livre, incluindo tomate indústria. É indicado para controlo da Phytophthora spp. na fase inicial do ciclo da cultura.
Este produto contém na sua formulação apenas a parte ativa do metalaxil M, o que torna menos prejudicial para o meio ambiente. Nota Imprensa João Santos Silva, diretor do Centro de Competências para o Tomate Indústria (CCTI), deu conta do trabalho em curso no âmbito do projeto Qualitomate, que visa o estudo de estratégias de proteção desta cultura contra os prejuízos causados pela mosca branca, ácaros e traça.
Além de identificar as espécies de insetos e a sua dinâmica ao longo do ciclo da cultura, com especial destaque na fase final da campanha, o CCTI e os restantes parceiros do projeto, estão a estudar técnicas de avaliação do risco dos ataques das pragas e a desenvolver ferramentas expeditas de apoio à decisão do agricultor.
Ana Barroso, técnica da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), apresentou algumas novidades relativas às regras dos apoios do Regime de Pagamento Base (RPB), cujas candidaturas decorrem até 30 de abril.
Uma delas é a redução de 5% nos apoios para os agricultores que recebam acima de 150 mil euros/ano, em virtude da aplicação do chamado “capping”, bem como a obrigatoriedade de apresentação de todos os documentos necessários à candidatura via portal do IFAP.
A propósito das regras do Greening, Ana Barroso, recordou que, a partir deste ano, se encontra interdita a aplicação de produtos fitofarmacêuticos nas terras de pousio e nas terras ocupadas por culturas fixadoras de azoto, declaradas para efeitos de apoios na medida Superfície de Interesse Ecológico.
Participaram nas Jornadas Tomate Indústria da Syngenta cerca de 115 agricultores e técnicos de organizações de produtores, da distribuição e das indústrias de transformação de tomate.