ISA inova em olival de demonstração

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Face às mudanças económico-sociais que ocorreram nos últimos anos no setor da olivicultura, em Portugal, tornou-se claro para o ISA a necessidade de desenvolver uma disciplina de Olivicultura e Tecnologia do Azeite, da responsabilidade da Prof.ª Cristina Oliveira no sentido de apoiar o ensino e a investigação nesta área, bem como de permitir ao Laboratório de Estudos Técnicos do ISA (vulgo Laboratório de Azeites) desenvolver novas metodologias de análise de material fresco, que permitam melhor apoiar, técnica e cientificamente, os produtores portugueses e, consequentemente, permitir a transferência deste conhecimento para o mercado e para os consumidores.

O conceito a desenvolver seria o de um campo de demonstração e ensaios, com as condições adequadas, que não existiam no olival tradicional da Alameda das Oliveiras, com variedades atualmente em produção nos olivais modernos. O local foi identificado – um campo agrícola de nogueiras, por detrás do Auditório da Lagoa Branca, que já não tinha as características pretendidas (era velho, as plantas existentes não eram exemplares das variedades, mas sim os porta-enxertos, e o terreno estava pleno de infestantes).

Estas operações contaram com o apoio da J.Inácio na cedência de um tractor John Deere 5100 equipado com um subsolador Noli de 9 dentes. Parte do material vegetal foi oferecido pela AGROMILLORA e as restantes foram compradas, sendo a seleção das mesma resultantes de uma pesquisa de mercado sobre as variedades/clones/híbridos recentemente utilizadas nos olivais intensivos ou super intensivos, com o objetivo de demonstrar aos alunos as ultimas tendências na olivicultura e testar, no mesmo espaço e sob as mesmas condições agronómicas, estas diversas plantas.

Este procedimento de prospeção e compra do material vegetal foi anterior à componente operacional descrita e teve algumas curiosidades: sendo o nosso pedido pouco habitual, quer em termos de quantidade, quer em termos de objetivo da plantação, provocou alguma resistência inicial das empresas fornecedoras de material vegetal, a qual foi, paulatinamente ultrapassada, informando-as e criando uma relação de confiança.

O modelo implementado neste novo olival é inovador e único em Portugal, em dois aspetos: a possibilidade de fazer comparações intravarietais, dados que as variáveis agronómicas são constantes e controladas, e de fazer comparações sobre o impacto do sistema de condução, dado que neste olival a mesma variedade/clone/híbrido está sujeita a dois sistemas de condução, circunstância que também não existe em Portugal (sistema de condução livre e sistema de condução em eixo). Este tipo de abordagem já existente, por exemplo, na PORVID para a vinha, só existe, para o olival, em Espanha, sendo os seus resultados particularmente importantes para um sector que gera tanto valor para Portugal, quer nas exportações, quer na diferenciação reconhecida aos azeites portugueses.

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Fonte: Agrotec

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