IoT e impressão 3D: saiba como vão mudar o setor da produção

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A Internet of Things (IoT) integrada na conceção do produto, a adoção de um modelo de negócio centrado no serviço por parte dos fabricantes e a impressão 3D: são estes os fatores que Antony Bourne, Global Industry Director of Industrial & High Tech Manufacturing da IFS, considera mais relevantes para o setor da produção em 2018.

De acordo com o responsável, no final deste ano, mais de 50% dos fabricantes incluirão a tecnologia IoT na fase de conceção dos seus produtos. “Se pensarmos na IoT como o sistema nervoso de um produto, em 2018 veremos este sistema crescer, desde captar sinais externos até se converter no próprio cérebro do produto, enviando, recebendo, aumentando e recolhendo informações constantemente, desde o centro do produto e ao longo de todo o seu ciclo de vida”, sublinha.

Dados recentemente divulgados pela Global Market Insights revelam que a IoT na indústria de produção alcançou um valor de mais de 20 mil milhões de dólares em 2016, prevendo-se que que este número aumente mais de 20% entre 2017 e 2024.

Atualmente, os investimentos em IoT verificam-se sobretudo em três áreas:

  • Smart Manufacturing, para aumentar a produção, a qualidade do produto ou as operações e a segurança da mão-de-obra, bem como obter um menor consumo de recursos;
  • Produtos interligados, para influenciar o rendimento do produto, incluindo a recolha de informação detalhada sobre os produtos em campo, diagnósticos e manutenção remota;
  • Cadeias de abastecimento interligadas, para aumentar a visibilidade e a coordenação, obtendo um rastreio dos ativos e do inventário para uma execução mais eficiente da cadeia de abastecimento.

Em relação à impressão 3D, Antony Bourne refere que em 2019, esta tecnologia deverá ter alcançado o seu auge, com os primeiros benefícios a ganharem visibilidade. “Esta previsão baseia-se em vários desenvolvimentos que apontam neste sentido. O primeiro é a maior escalabilidade das soluções de impressão 3D. Uma nova geração de empresas de impressão 3D está a passar de uma produção em pequena escala, tradicionalmente dominada pelos fabricantes de moldes de injeção, a uma produção em grande escala, com sistemas automáticos novos, mais rápidos e melhor interligados, que reduzem parte do processo de produção prévio e posterior que durante tanto tempo representaram um obstáculo para este tipo de produção”, explica o responsável.

A aposta em modelos de negócio assentes em serviços por parte do setor da produção, por sua vez, deverá avançar nos próximos anos. Bourne acredita que em 2020, a maioria dos fabricantes obterá mais de metade das suas receitas a partir de serviços.

“Com a indústria de produção cada vez mais acomodada, a necessidade de diferenciar-se é essencial para a sobrevivência e rentabilidade das empresas. Atualmente verificamos que um grande número de fabricantes está a passar para um modelo comercial mais centrado no serviço: uma tendência já conhecida como ‘servitização’. A servitização é uma forma de o fabricante incluir capacidades para melhorar a sua oferta geral, além do produto em si. Um exemplo famoso é a Apple, que o fez há alguns anos quando ganhou a maior parte do mercado com o iPod e introduziu o iTunes para aumentar a lealdade, diferenciar-se e criar mais receitas”, conclui.

De acordo com um estudo da IFS, 68% dos fabricantes afirmam que a ‘servitização’ está “bem estabelecida e já está a produzir benefícios” ou “em curso e a receber atenção e apoio adequado por parte da direção”.

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