Investigadores de três universidades do Norte recebem a 20 de abril o prémio ADVID, instituído pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense, pelo desenvolvimento de estratégias de mitigação dos efeitos do calor e seca nas vinhas do Douro.
A ADVID, sediada em Vila Real, instituiu em 2007 um prémio anual para atrair investigadores de diversas áreas científicas para as especificidades técnicas, culturais e sociais da vitivinicultura da Região Demarcada do Douro (RDD).
Na 8.ª edição, o prémio ADVID foi atribuído à investigação que tem como tema "a aplicação exógena de caulino aumenta a capacidade antioxidante e o teor de compostos fenólicos em extratos de folhas e frutos de videira sob stresse estival".
Este trabalho foi desenvolvido por uma equipa de investigadores das universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), do Porto e do Minho, tendo como objetivo «o estudo da aplicação foliar do caulino como estratégia para reduzir o impacto do calor e da seca nas vinhas do Douro».
O caulino é uma «argila inerte que dá um aspeto esbranquiçado às folhas das videiras e funciona como uma espécie de protetor solar da videira».
A ADVID referiu que as «alterações climáticas que se têm feito sentir, como ondas de calor, altas intensidades de luz e défice hídrico, estão a tornar-se ameaças importantes em muitas áreas vitícolas de todo mundo» e que «a implementação de estratégias de mitigação económicas e eficientes é crucial para a produção de vinhos 'premium', mantendo-se a produtividade»
A investigação foi desenvolvida por Lia-Tânia Dinis, Sara Silva Bernardo, Artur Jorge da Silva Conde, Diana Pimentel, Helena Maria Fernandes Ferreira, Luís Félix, Hernâni Gerós, Carlos Manuel Correia e José Moutinho-Pereira, das três universidades do Norte do país.
Em cada ano, o prémio ADVID recebe o nome de uma personalidade que tenha sido marcante para o desenvolvimento da vitivinicultura da mais antiga região demarcada do mundo.
O prémio ADVID 2016 homenageia Pedro Amaro (1926-2014), professor catedrático do Instituto Superior de Agronomia, condecorado com a Ordem da Instrução Pública, que foi presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e do Conselho Europeu de Herbologia.
Segundo a associação, Pedro Amaro foi «pioneiro em Portugal no ensino da fitofarmacologia, herbologia e proteção integrada, e o principal responsável pela implementação das estratégias de proteção e produção integrada na produção vegetal, com especial ênfase e sucesso na cultura da vinha».
O valor do prémio é de cinco mil euros e a cerimónia de atribuição decorrerá a 20 de abril, no parque de ciência e tecnologia – Regia Douro Park, em Vila Real.
A ADVID é uma associação privada, sem fins lucrativos, criada pelas principais empresas de vinho do Porto com o objetivo de contribuir para a modernização da viticultura do Douro e melhoria da qualidade dos vinhos.