Os produtores florestais consideram que os 600 euros por hectare disponibilizados para a reposição do potencial florestal das áreas atingidas pelo incêndio de agosto de 2018 em Monchique «são insuficientes e muito aquém do necessário».
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Produtores Florestais do Barlavento Algarvio (ASPAFLOBAL), Emílio Vidigal, considerou que as verbas «atribuídas a pequenos projetos através do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 não pagam o custo da operação, que ronda os cerca de dois mil euros por hectare».
«As verbas são insuficientes e o processo é extremamente burocrático, o que nos levou a pedir a prorrogação do prazo para a apresentação das candidaturas», justificou.
O prazo para a apresentação das candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) para apoio aos produtores florestais terminava em 31 de janeiro, mas foi prorrogado até ao final do mês de fevereiro.
O presidente da ASPAFLOBAL indicou que já foi explicado «várias vezes ao Governo que os dinheiros disponibilizados por hectare são insuficientes e não são atrativos para que os produtores apresentem candidaturas para cortar a madeira queimada e fazer plantações com outras espécies mais resistentes ao fogo».
Segundo Emílio Vidigal, neste momento a associação tem concluídas 20 candidaturas, prevendo-se um total de 30 até ao final do mês, «mas são de pequenos projetos, áreas muito residuais».
«São projetos que temos vindo a incentivar para a retirada de pequenas bolsas de eucaliptos situadas na encosta sul de Monchique, mas falamos de pequenas áreas de dois ou três hectares», sublinhou.
O dirigente indicou que os trabalhos de retirada de eucaliptos ou árvores ardidas e a plantação de novas espécies – sobreiros, medronheiros, castanheiros – mais resistentes ao fogo «tem um custo de operação muito superior ao apoio concedido, o que desincentiva os produtores».
Fonte: Lusa