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50% das matas nacionais foram afetadas pelos incêndios de 2017. De acordo com o relatório da comissão técnica independente aos fogos de outubro, atualmente Portugal tem 55 mil hectares de território classificados como matas.
O estudo apresentado esta semana revela que a faixa litoral do Centro foi a região mais afetada pelos incêndios de 2017, o que corresponde em grande parte “às dunas móveis fixadas pela arborização”, áreas que têm um “papel fulcral” na “conservação de zonas especialmente vulneráveis”. O relatório diz também que a Mata Nacional de Leiria viu quase “90% da sua área” ser percorrida pelo fogo, numa extensão de cerca de 9500 hectares.
Apoios à floresta devem ser “reorientados”
O documento apresenta várias medidas de combate aos incêndios e defende que depois da tragédia de 2017 os apoios públicos à floresta devem ser reorientados com o objetivo de reconverter espaços para valorização e diminuição do risco de incêndio.
Assim, é sugerido “o reforço do apoio às ações na vertente da prevenção estrutural do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios” e “o impulso muito mais decidido do reordenamento e gestão ativa nesses territórios, agroflorestais e do conjunto do espaço rural”.
Para além disso, os autores do relatório defendem que, a “curto prazo”, se proceda a “um reforço substancial dos apoios para a prevenção estrutural de incêndios do Plano Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 e o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).” Assim, os peritos aconselham “alterar os apoios à floresta e financiar preferencialmente a manutenção associada à reconversão de espaços para valorização e diminuição de risco de incêndio, nomeadamente espaços agroflorestais.”