O Governo pretende revitalizar a produção de cereais em Portugal, nomeadamente em territórios onde ainda predomina o sequeiro, caso da zona do Campo Branco, que abrange os concelhos de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Mértola e Ourique.
A garantia foi dada ao "CA" pelo ministro da Agricultura, que conta em breve levar a Conselho de Ministros a Estratégia Nacional para o Relançamento da Cerealicultura.
«Temos que criar condições para ver como é possível aumentar a produção de cereais em Portugal», sublinha Capoulas Santos.
De acordo com o governante, há largos meses que um grupo de trabalho envolvendo técnicos do Ministério da Agricultura e das organizações de produtores de cereais têm vindo a consolidar «uma estratégia e um plano de acção para a recuperação da cerealicultura em Portugal, que é fundamental para a revitalização dos territórios de sequeiro e também para o abastecimento do país».
«Neste momento, se tirarmos o milho, apenas abastecemos o país em cereais em 5% das nossas necessidades. E é evidente que se não se faz mais cereal porque não é muito competitivo fazê-lo nas nossas condições agro-climáticas», observa Capoulas Santos.
São estes dados que levam o ministro da Agricultura a querer ver a Estratégia Nacional para o Relançamento da Cerealicultura aprovada em breve, no sentido de ser implementado no terreno um plano de acção que deverá ter apoio comunitário.
«Estamos a olhar para os cereais de uma forma diferente. Foi uma atividade que foi caindo numa certa secundarização no âmbito das políticas nacionais e que nós queremos inverter através de acções concretas», afiança Capoulas Santos.
Para o presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco, com sede em Castro Verde, onde predomina o sequeiro, a aposta do Governo no relançamento da produção de cereais em Portugal é mais que justificada, até porque o país tem de se valer de importações para fazer face às suas necessidades.
Para o dirigente associativo, Portugal «vai necessitar rapidamente de começar a produzir cereais», daí defender a criação de um programa de incentivos para se produzirem cereais para grão.
«Por exemplo, na zona do Campo Branco praticamente não se produzem cereais para grão, porque os factores de produção são muito elevados e não compensa», justifica.
Fonte: Correio do Alentejo