A União Europeia decidiu, esta segunda-feira, a renovação da licença para a utilização do glifosato na agricultura do espaço comunitário por cinco anos, com o voto positivo de 18 estados membros, e nove votos contra. Portugal manteve a abstenção.
A votação foi realizada numa reunião de recurso do Comité Permanente dos Vegetais, Animais e Alimentos para Consumo Humano e Animal, após ter sido, por duas vezes, adiada a decisão, pela ausência da maioria qualificada exigida nas votações dos representantes dos Estados Membros da União Europeia, nos passados dias 25 de outubro e 9 de novembro.
Esta decisão tem em vista a autorização da utilização do glifosato na agricultura do espaço comunitário, cuja licença para a aplicação da substância termina já no final deste ano.
Para António Lopes Dias, Diretor Executivo da Anipla, «a Anipla está satisfeita com um sinal de confiança e seriedade da União Europeia, pela votação positiva na renovação da licença do glifosato».
Para este responsável, «apesar de estarmos num dia em que milhares de agricultores e produtores europeus podem ver o futuro com mais confiança, a Anipla mantém alguma preocupação pelo atraso na decisão e demonstração da insegurança de alguns dos Estados-membros. Os consumidores europeus ficam a perder quando a União Europeia cede a pressão meramente política para a demora na tomada de decisões que são da ciência – uma vez que cientificamente já foi provada a não perigosidade do glifosato. Por outro lado, mantemos a insatisfação pelo facto de não haver uma renovação por 15 anos, como acontece em todas as situações semelhantes, e voltamos a lembrar que se acaba de introduzir um precedente perigoso na avaliação europeia».
«A posição neutra de Portugal é preocupante e injusta para com todo o setor agrícola português, porque demonstra como o nosso Governo não assume a posição que melhor defende os interesses dos seus consumidores e da sua economia», conclui ainda.