Seminários e conferências, que se assumem como importantes momentos de reflexão das principais preocupações e prioridades dos setores, é um dos pontos em destaque em mais uma edição da EXPOJARDIM/ FRUTITEC que decorrem de 9 a 11 de março, em paralelo com a IBEROPRAGAS, na Exposalão.
Com um aumento significativo, quer no número de expositores, quer na área de exposição, esta feira espera receber mais de 20 mil visitantes.
Uma grande parte destas ações é dirigida ao setor hortofrutícola que, nos últimos anos, tem registado um crescimento, sobretudo no número das exportações, conquistando cada vez mais clientes no estrangeiro devido à qualidade dos seus produtos.
Um dos destaques dos seminários é a proposta do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) que centra a sua intervenção nas duas maiores tendências em termos tecnológicos que a agricultura irá experimentar, nos próximos anos:
– A introdução da Inteligência Artificial, ou seja, a capacidade de recolher e analisar enormes quantidades de dados, permitindo apoiar a «tomada de decisões críticas, nomeadamente em áreas como gestão de pragas e doenças, agendamento de operações e otimização da saúde dos animais»;
– A Economia da Partilha, uma área na qual o sector agrícola foi pioneiro e onde o modelo cooperativo teve um papel fundamental.
Segundo o COTHN, «a sua aplicabilidade irá ainda mais longe e em breve poderemos começar a assistir ao aparecimento de aplicações que promovam a partilha de recursos como equipamentos, infraestruturas, entre outras».
No caso da Plataforma de Apoio à Agricultura (Agrozapp), a sua intervenção nesta feira centra-se nas mudanças que o crescimento dos mercados à escala global tem criado, com o aumento das exigências por parte dos clientes de produtos hortofrutícolas.
«Os códigos de boas práticas, nomeadamente o 'GlobalGAP', são muito procurados por quem pretende exportar os seus produtos, uma vez são normalmente reconhecidos à escala mundial», explica a Agrozapp, que pretende apresentar estes códigos de boas práticas que implicam o cumprimento de medidas a nível de gestão da exploração, saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores, gestão de resíduos e poluentes, ambiente e conservação, gestão de reclamações, rastreabilidade e segregação e segurança e higiene alimentar.
Presente também neste conjunto de seminários, a União dos Agricultores do Distrito de Leiria (UADL), pretende debater questões como o impacto da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e os problemas atuais da agricultura da região, sobretudo com a situação decorrente da destruição causada pelos incêndios florestais do ano passado.
António Ferraria, responsável da UADL explica que outro tema em análise, e que é hoje uma preocupação sentida pelos pequenos e médios agricultores, «é conseguir ganhar dimensão para colocar os seus produtos nas grandes superfícies comerciais. Como não conseguem, esses espaços importam os produtos que vendem, com todos os prejuízos que daí decorrem para os agricultores».
Ainda no que diz respeito à hortofruticultura, a Associação Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar de Castelo Branco (CATAA), em conjunto com a Inovcluster promove dois seminários: a apresentação do projeto Inov2agro, que visa a promoção do espírito empresarial e que tem por objetivo potenciar a geração de novas ideias de negócio e a concretização de novas empresas na fileira agroalimentar; e uma Sessão de Capacitação para a Internacionalização de Mel, tendo como objetivo a definição de uma estratégia de internacionalização para o setor agroalimentar da região Centro, a criação de condições envolventes para a promoção internacional de produtos regionais agroalimentares.
Já a Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial (AGIM), em conjunto com a Naturalfa, irá realizar uma ação sobre “Nova certificação GRASP: Responsabilidade social na agricultura e as últimas exigências dos mercados de exportação”.
O melhor para o jardim
No que diz respeito aos jardins e para além das mais recentes tecnologias colocadas ao dispor deste setor que estarão em exposição, haverá ações centradas nas melhores práticas para o cultivo de várias espécies florais, como por exemplo os workshops a cargo da Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO) dedicados ao cultivo de orquídeas.
Destaque ainda para o tema do combate às pragas que é transversal aos dois setores (jardins e hortofrutícolas) e que se apresenta com destaque, uma vez mais, neste salão.
A Associação Nacional de Controlo de Pragas Urbanas (ANCPU) realiza ações de esclarecimento e informação sobre Resíduos na área do controlo de pragas urbanas (empresa Ambimed), Gestão das embalagens vazias e a sua importância em termos de saúde pública e ambiental (Valorfito) e Aplicação de biocidas e a entidade que tutela essa aplicação, conforme o espaço a tratar (DGVA).