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Um projeto de investigação da Universidade de Coimbra acaba de ser distinguido com uma Bolsa de Ignição financiada pelo INOV C 2020 pela sua aposta no estudo do potencial terapêutico da folha de mirtilo, um subproduto agrícola desperdiçado que poderá vir a ser utilizado no tratamento da Esclerose Múltipla.
“Tendo em vista a criação de produtos nutracêuticos com propriedades neuroprotetoras e neuroregeneradoras para uso terapêutico na Esclerose Múltipla e em doenças do foro neurológico e psiquiátrico, a equipa de investigação encontra-se a desenvolver uma nova tecnologia de obtenção de compostos fenólicos (CF) capazes de atuar no Sistema Nervoso Central, que estão presentes em elevado teor nas folhas de mirtilo”, explica o consórcio INOV C 2020 numa nota enviada às redações.
A Esclerose Múltipla é uma doença neurodegenerativa para a qual existem apenas terapêuticas de controlo dos sintomas e ou de retardação da sua evolução. Em Portugal, existem cerca de 60 casos por cada 100 mil habitantes e uma incidência crescente, acompanhando a tendência mundial de evolução da patologia.
Sofia Viana e Flávio Reis, investigadores responsáveis pelo projeto da Universidade de Coimbra, explicam que “utilizando as propriedades terapêuticas da folha de mirtilo, estaremos paralelamente a tirar partido dos recursos endógenos e a acrescentar valor a um subproduto atualmente desperdiçado”.
As Bolsas de Ignição do programa INOV C 2020 foram atribuídas a 15 projetos de investigação científica com aplicabilidade comercial. É o caso de um projeto que aproveita o soro que resulta do fabrico do queijo para o fabrico de bebidas fermentadas à base de concentrados de soro.