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A Comissão Europeia publicou esta sexta-feira (11 de outubro) uma lista das 20 pragas de quarentena regulamentadas consideradas como prioritárias, nomeadamente a Xylella fastidiosa, o escaravelho japonês, o escaravelho asiático, o enverdecimento dos citrinos e o ponto preto dos citrinos. De acordo com a UE, esta lista inclui as pragas cujo impacto económico, ambiental e social no território comunitário é de maior gravidade.
O objetivo da criação desta lista é impulsionar o lançamento de campanhas de informação junto do público em todos os Estados-membros, a realização de prospeções anuais e a preparação de planos de contingência, exercícios de simulação e planos ação. A seleção destas 20 pragas baseia-se na avaliação efetuada pelo Centro Comum de Investigação da Comissão e pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, que tem em conta a probabilidade de propagação, o estabelecimento e as consequências dessas pragas para a União Europeia.
De acordo com esta avaliação, a bactéria Xylella fastidiosa, a praga com maior impacto nas culturas agrícolas, incluindo os frutos, poderá causar perdas anuais de produção de 5,5 mil milhões de euros, afetando 7 % do valor de produção da UE das oliveiras mais velhas (com mais de 30 anos) e 35% das mais jovens, num cenário de propagação da bactéria por toda a UE.
Além dos impactos diretos na produção, as pragas têm efeitos indiretos significativos numa vasta gama de setores económicos. De acordo com a Comissão Europeia, “a eventual propagação por toda a UE do escaravelho asiático (Anoplophora glabripennis) poderia resultar na perda direta de mais de 5% das árvores em crescimento de várias espécies florestais da UE, tais como o amieiro, o freixo, a faia, a bétula, o ulmeiro, o bordo ou o plátano. Estas árvores estão avaliadas em 24 mil milhões de euros e o impacto económico no setor florestal a montante poderia ascender a 50 mil milhões de euros”.
Para o comissário Vytenis Andriukaitis, responsável pela Saúde e Segurança dos Alimentos, “a fitossanidade tem ocupado um lugar importante na ordem de trabalhos do meu mandato nos últimos cinco anos. É por esta razão que me congratulo particularmente com esta definição de prioridades, que ajudará a UE e os Estados-Membros a aumentar o grau de preparação e a tomar medidas rápidas contra pragas de vegetais muito perigosas, bem como a contribuir para o acordo ecológico europeu, protegendo a nossa biodiversidade, os ecossistemas naturais e a agricultura da UE.”
Já Tibor Navracsics, comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, responsável pelo Centro Comum de Investigação, afirma que “para proteger eficazmente as nossas plantas e a qualidade de vida dos nossos cidadãos, precisamos, em primeiro lugar, de ter em conta o impacto nocivo na nossa economia, no ambiente e na sociedade provocado por pragas como o escaravelho japonês ou a mancha negra dos citrinos. Graças a um novo indicador concebido pelo Centro Comum de Investigação, podemos agora estimar os danos causados por estas pragas em vários domínios, incluindo os menos tangíveis, como o património paisagístico e cultural ou a biodiversidade e os ecossistemas. Foi-nos assim possível identificar as 20 pragas mais agressivas nas quais devemos concentrar os nossos esforços.”
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Fonte: Vida Rural