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Três anos depois do fim das quotas leiteiras, cerca de 60% dos 2 132 produtores de leite da região autónoma estão falidos. De acordo com uma notícia avançada pela agência Lusa, João Ponte, responsável pela pasta da Agricultura no Governo dos Açores, refere que o balanço do fim das quotas “não é positivo”.
Já Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores (FAA), estima que mais de 60% dos produtores de leite da região estejam falidos.
As quotas leiteiras na União Europeia acabaram em 2014, mas de acordo com João Ponte, os impactos negativos “foram acrescidos” na região dos Açores. O secretário regional da Agricultura e Florestas espera, no entanto, que a Comissão Europeia introduza “equilíbrio nos rendimentos” e que a revisão da PAC possa “dar um contributo para a regulação das boas práticas entre os diferentes operadores da cadeia alimentar” para haja uma “distribuição equitativa do valor acrescentando”.
Para o presidente da Federação Agrícola dos Açores, no entanto, o problema vai além da desregulação do mercado do leite, com o embargo à Rússia e a diminuição do consumo de leite por parte da China a figurarem-se como fatores também com um importante impacto.
De acordo com Jorge Rita, os agricultores estão hoje “muito mais frágeis” face a uma concorrência forte do Norte da Europa que coloca os seus excedentes nos países periféricos com base em “concorrência desleal, em termos de preços, muitas vezes vendendo-se abaixo dos custos de produção”.