A Fenareg pediu esta semana ao Governo que crie apoios específicos para a instalação de sistemas fotovoltaicos em regadios públicos. De acordo com a organização, as energias limpas, “além do seu menor impacto ambiental, permitem atenuar os custos com a rega”.
Como exemplo, a Fenareg usou a Associação de Beneficiários da Obra de Rega Odivelas- ABORO, que investiu cerca de 540 mil euros em duas centrais fotovoltaicas para a produção de energia solar usada nas estações de bombagem dos reservatórios do Marmelo e do Monte Branco, no concelho de Ferreira do Alentejo. Estas centrais, que entraram em funcionamento em abril deste ano, vão permitir poupanças entre os 15% e os 20% (70 000 euros/ano) na fatura energética da ABORO.
“Com este investimento em energia solar pretendemos igualar os custos de bombagem no período diurno face ao período noturno, que serão repercutidos em menor escala no preço da água vendida aos agricultores”, explica Manuel Reis, presidente da ABORO.
Atualmente, cada agricultor gasta em média 5 500 m3 água/hectare, quando na década de 60 eram necessários 15 000 m3/hectare. No entanto, esta poupança teve como consequência o aumento do consumo de energia associada ao regadio, que subiu de 200 kwh/hora para 1 500 kwh/hora, no mesmo período.
“Hoje em dia o nosso maior desafio é reduzir a fatura energética associada à bombagem da água. É importante que sejam criadas, no âmbito do PDR 2020 e na nova PAC, medidas específicas de apoio à instalação de energias alternativas nas estações de bombagem dos aproveitamentos hidroagrícolas, mesmo naqueles que foram alvo de modernização recente, mas que não contemplaram investimentos em melhoria da eficiência energética”, defende José Núncio, presidente da Fenareg.