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O número de ovelhas da Serra da Estrela tem vindo a cair nos últimos cinco anos, o que poderá colocar em risco a produção de queijo da serra certificado da região. De acordo com a Lusa, o presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE) já pediu incentivos públicos à preservação do queijo, defendendo que “não podemos deixar extinguir o queijo Serra da Estrela”.
Manuel Marques explica que em 2012 existiam cerca de 120 mil ovelhas das duas raças autóctones – bordaleira e churra mondegueira – de cujo leite é feito este queijo com denominação de origem protegida (DOP).
Hoje, o número de efetivos situa-se nas 75 mil cabeças. “Qualquer dia, o leite produzido pelas raças da Serra da Estrela não chega para o queijo que é consumido no país”, refere o presidente da associação.
Para Manuel Marques, seria importante que o Estado português criasse medidas de apoio à produção, recorrendo para tal aos fundos europeus do Portugal 2020, até porque em 2016, uma “alteração substancial da lei” retirou aos criadores um apoio anual de 15 euros por cada ovelha, que existia ao abrigo das chamadas ‘medidas agroambientais’, como incentivo ao aparecimento de novos rebanhos e ao desenvolvimento do mundo rural.
Na sua opinião, “a política de subsídios à agricultura e pecuária está errada há muitos anos e isso tem sido transversal a todos os governos”, sendo necessário, no caso da ovinocultura da Serra da Estrela, incentivar o aparecimento de novos rebanhos.