Uma floresta diversificada é menos afetada por incêndios e também reage melhor a períodos de seca, indica um estudo publicado na revista Nature.
Investigadores liderados pelo biólogo William Anderegg, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, concluíram que uma floresta com uma grande variedade de árvores e de características diversas relacionadas com o fluxo da água sofre menos com os períodos de seca.
Os resultados da pesquisa aprofundam investigações já feitas nesta matéria e, diz-se no estudo, podem ser úteis para os gestores florestais e para quem tem de reconstruir florestas após grandes incêndios. De acordo com Anderegg, a diversidade na forma como a água é usada pela floresta é um fator predominante sobre como essa floresta reage a períodos de seca.
As características hidráulicas de uma árvore são a forma como essa árvore move a água por todo o organismo, o que fará que tenha, por exemplo, níveis diferentes de reagir e suportar uma seca até todo o sistema colapsar.
O estudo agora divulgado analisou não o indivíduo, mas todo o ecossistema. Anderegg e os restantes investigadores, incluído responsáveis das universidades de Stanford, Princeton e Califórnia, analisaram dados de 40 zonas florestais de todo o mundo aos quais juntaram dados já analisados e informação recolhida por satélite, todos coincidentes na ideia de que as secas não têm o mesmo efeito numa floresta hidraulicamente diversa do que numa com árvores do mesmo tipo.
A diversidade, explica Anderegg no artigo, leva a que se multipliquem os tipos de árvores, de madeira mais ou menos tolerante à seca, de raízes a diferentes profundidades e com diversas fontes de água.
«Mais diversidade numa paisagem vai ajudar a floresta a ser mais resistente ao fogo», diz também Anderegg, acrescentando que as mesmas condições climatéricas que levam às secas também estão na origem de muitos incêndios.
Fonte: Lusa