As raças de gado crioulo, presentes nos continentes americanos, possuem a sua própria identidade genética e a sua origem não se limita à Península Ibérica.
Tal foi descoberto por uma equipa internacional de investigadores, co-liderada pela investigadora do CIBIO-InBio (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos), Catarina Ginja.
Num artigo publicado na Scientific Reports, é possível compreender que o gado crioulo americano não tem a sua origem exclusivamente na zona ibérica, mas que existem traços genéticos provenientes de outros continentes, como o africano. Além da sua identidade única e relevante para a espécie bovina, o gado crioulo apresenta múltiplas origens e variações quando se comparam as populações das diferentes regiões onde pode ser encontrado.
O estudo é de caráter inovador, visto que, até o momento, os estudos existentes não permitiam um consenso quanto ao contributo de raças de outros continentes. A portuguesa Catarina Ginja é a primeira autora do artigo, tendo sido acompanhada por investigadores de 38 instituições. A investigadora afirma que «as populações de gado crioulo do Brasil, Panamá, México e Colômbia apresentam uma clara contribuição africana na sua composição genética».
Todos os investigadores fazem parte do Projeto Biobovis, que tem como foco a biodiversidade bovina ibero-americana. A investigação continuará a ser aprofundada, tendo em vista a compreensão da adaptação do gado crioulo a diferentes ambientes e a gestão e conservação dos seus recursos genéticos.
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Fonte: Agrotec