O incêndio em Monchique destruiu pelo menos «dois terços» da área de medronhal existente na serra, disse o presidente da Associação de Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio (Apagarbe).
«Não tenho dados concretos ainda, porque o incêndio ainda não terminou e não há levantamento, mas conheço o terreno, as propriedades dos produtores e as zonas mais afectadas e posso afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, que, pelo menos, dois terços da zona de medronhal foram completamente destruídos», afirmou Paulo Rosa, presidente da Apagarbe.
Paulo Sousa lamentou que «a zona por excelência de produção de medronho» e «reconhecida como a que produz medronho de melhor qualidade» tenha sido aquela «onde o incêndio começou» e a «zona mais afectada».
O presidente da Apagarbe reconheceu que o medronheiro, juntamente com a oliveira, «é a árvore com maior poder de recuperação», porque a «vida está na raiz e o fogo não destrói a árvore», mas frisou ser necessário «cortar e só daqui a três quatro anos começará a dar medronho, embora em quantidades muito reduzidas».
A este período de regeneração da espécie, vai-se juntar «o problema do investimento que vai ser necessário para recuperar o medronhal», considerou Paulo Rosa, frisando que a Apagarbe tem «cerca de 100 associados e «quase todos os produtores do concelho de Monchique são associados» seus.
«A zona percorrida pelo incêndio nos primeiros dias é praticamente só medronhal e é a zona que tem mais produtores, certamente para cima de 50», quantificou ainda o dirigente associativo, frisando que, além da produção de aguardente, o fruto também já começa já a ser consumido pelas suas propriedades antioxidantes.