A Dekalb apresentou na passada semana, em Évora, as suas novas soluções para a cultura do milho, nomeadamente tecnologias de agricultura de precisão que ajudarão a “produzir mais milho com menos recursos”. Numa nota enviada às redações, a empresa refere que apresentou um semeador elétrico que ajusta automaticamente a densidade de sementeira a cada mancha de terreno e a tecnologia AquaTEK, uma nova ferramenta digital que ajuda a regar onde e quando necessário.
O evento contou ainda com um painel de debate subordinado ao tema ‘Porque Faço Milho’ e composto por agricultores que estão entre os melhores produtores nacionais desta cultura. João Coimbra, agricultor de referência na região do Ribatejo, foi um dos convidados e explicou que “é uma cultura em que posso confiar, para obter uma margem bruta confortável não basta apenas fazer mais hectares, há que escolher bem as parcelas”.
“O milho apresenta uma boa relação rentabilidade-risco, tanto a nível agronómico como comercial. Ter a garantia de que a nossa produção vai ser paga, sem incumprimentos, é muito importante na atual conjuntura de preços baixos”, acrescentou António Godinho de Carvalho, diretor da Agromais, o maior agrupamento de produtores de milho em Portugal.
“No meu regime de produção – terras arrendadas – vou à procura das culturas anuais que me ofereçam mais garantias e creio que o milho responde a esse desígnio”, disse ainda Joaquim Pedro Torres, administrador da Valinveste, que produz cerca de 2000 hectares de milho no Ribatejo e Alentejo.
Já Luís Bulhão Martins, presidente da Cersul, agrupamento de produtores de cereais em Elvas, explicou que a diferenciação poderá ser o caminho para valorizar a produção, revelando que 30% do milho produzido em 2016 na Cersul foi vendido para transformação em grits (sêmola usada na indústria alimentar).
Numa outra vertente, António Barão, produtor de milho para silagem e produtor de leite, sublinhou a importância da silagem de milho na alimentação dos bovinos: “é um alimento muito completo, nutricionalmente equilibrado, que nos permite produzir grandes quantidades de carne e de leite, e com boa relação qualidade-preço. Na minha exploração um quilo de silagem de milho com 30% de matéria seca vale 1/6 do preço do grão”.
Por fim, todos os oradores convidados concordaram que “há muito por fazer na melhoria da eficiência da rega e da fertilização da cultura do milho e consideraram que semear mais cedo, usando variedades híbridas de ciclos mais curtos, é uma boa alternativa para reduzir a humidade do grão à colheita, poupando em custos com a secagem do milho.”