João Paulo Fernandes, Diretor Geral NEC Portugal, fala, nesta entrevista da marca e das soluções que disponibiliza bem como, entre outras coisas, do lançamento da solução NEC CropScope para otimização da produção de tomate.
Entrevista: Ana Clara | Fotos: NEC Portugal
AGROTEC – Fale-me um pouco da atividade da NEC Portugal ao nível das soluções tecnológicas que disponibiliza no mercado?
João Paulo Fernandes – A NEC atua em Portugal ao nível das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), fornecendo soluções nos domínios dos sistemas de transmissão ótica e sem fios para Operadores de Telecomunicações como a Meo, a Optimus e a Vodafone, bem como soluções para o mercado empresarial, com foco nas soluções de Segurança Pública baseadas em biometria, como o sistema de reconhecimento de impressões digitais que suporta o Cartão de Cidadão, e as soluções para Cidades Inteligentes e Agricultura Sustentável, onde se incluem o projeto de implementação do Centro Operacional Integrado da cidade de Lisboa e o recente lançamento da solução NEC CropScope para otimização da produção de tomate.
AG – Que objetivos a marca estabeleceu para este ano e quais foram cumpridos?
JPF – O principal objetivo para este ano foi o de expansão da implantação da NEC em termos das suas soluções para Cidades Inteligentes e Agricultura Sustentável, o qual foi integralmente alcançado pela implementação do projeto do Centro Operacional Integrado da cidade de Lisboa, que é o maior projeto de Cidades Inteligentes já alguma vez feito em Portugal, e pelo lançamento do NEC CropScope para suporte a uma Agricultura mais sustentável.
AG – Na área agrícola, contam com a NEC CropScope, uma solução para a cultura do tomate. Fale-me um pouco dela e onde está a ser testada?
JPF – Esta solução procura otimizar a produção de tomate, e simultaneamente racionalizar a utilização de água, azoto e fungicidas, com benefícios económicos e ambientais. Com a utilização de tecnologias de ponta, desde sensores de solo, estações meteorológicas, fotografias de satélite e aéreas, em combinação com modelos biológicos de crescimento da cultura, a NEC consegue construir modelos virtuais dos campos de produção em computador, através dos quais as condições reais no campo em termos de elementos como o nível de irrigação, fertilização, tipo de solo, situação meteorológica, presença de doenças e pragas, são a cada momento comparadas com o que seriam as condições ótimas do modelo biológico da cultura. Por via dessa comparação ao longo de cada momento de uma campanha, é possível retornar, para cada campo de cada agricultor, recomendações das melhores práticas agrícolas a seguir, orientando as suas decisões diárias, em termos de irrigação e fertilização, em direção a uma Agricultura mais sustentável com otimização quer dos fatores de produção utilizados, quer da produção final obtida. A solução tem vindo a ser testada, amadurecida e comprovada, em vários campos de produção de tomate na zona da Lezíria do Ribatejo, durante os últimos três anos.
AG – Já contam com resultados? Que balanço faz desta solução e de que forma ela serve os agricultores?
JPF – Sim, durante a campanha de tomate-indústria deste ano, a qual foi reconhecida como muito difícil por todos os produtores, devido às condições meteorológicas muito adversas que se verificaram, com temperaturas muito elevadas e seca prolongada, a NEC conseguiu obter no campo de demonstração que explorou para evidenciar os méritos da sua solução, uma produção de 113 ton/ha, quando a media nacional esperada para este ano se situa abaixo das 90 ton/ha. E isto com uma utilização de água também abaixo da média e uma utilização de azoto bem abaixo dos limites legais, o que evidencia a contribuição económica e ambiental que a utilização do Cropscope pode trazer a um produtor de tomate.
João Paulo Fernandes, diretor geral da Nec Portugal
AG – Por que razão apostaram no tomate e não noutras culturas? Equacionam essa hipótese, de alargarem a mais culturas outras soluções?
JPF – A solução para Agricultura Sustentável da NEC, CropScope, começou por endereçar a cultura do tomate em resposta a um desafio lançado à NEC pela Kagome, empresa líder mundial na área agroindustrial, nomeadamente em termos de processamento de tomate. Contudo, nada impede que a tecnologia desenvolvida possa ser adaptada para utilização noutras culturas, estando neste momento em análise pela NEC que outras culturas seriam interessante endereçar com esta solução.
AG – A sustentabilidade é um conceito fundamental associado à NEC CropScope. Fale-me um pouco deste ponto ao nível da solução e também sobre a vossa missão ao nível da responsabilidade ambiental.
JPF – Efetivamente, o suporte a uma agricultura mais sustentável é um dos conceitos de base na conceção do Cropscope, o qual procura atingir esse objetivo através do fornecimento ao produtor de recomendações que visam otimizar a quantidade de água e fertilizante (azoto) a aplicar ao longo da campanha. Essa otimização a nível desses dois importantes fatores de produção traduz-se em economias de utilização e, consequentemente, numa maior sustentabilidade da produção de tomate, tanto ao nível económico como ambiental.
AG – Em relação ao mercado português, de que forma a NEC Portugal se tem expandido?
JPF – A NEC tem expandido a sua atividade em Portugal tirando partido das novas soluções para a sociedade desenvolvidas a partir da NEC Corporation para todo o mundo, incluindo as soluções para cidades inteligentes e agricultura sustentável, que têm sido um foco e uma fonte importante da expansão de negócio da NEC em Portugal.
(Continua)
Nota: Entrevista publicada na AGROTEC 25.
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