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Foi anunciada na passada semana a criação da Associação de Proprietários e Beneficiários do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (APBA), uma organização que tem como missão “representar os interesses legítimos dos proprietários e beneficiários do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva junto de todas as entidades oficiais.”
“Numa primeira linha surgem as preocupações dos proprietários dos prédios rústicos beneficiados pela água do Alqueva, desde logo porque são estes, em primeira e última instância, os principais beneficiários, mas também os responsáveis pelos pagamentos de todos os custos (água, taxa de conservação, etc.) e são igualmente os primeiros interessados em que toda a infraestrutura se mantenha em excelentes condições de funcionamento”, refere a associação sobre os seus objetivos.
A organização diz também que “até hoje, estes proprietários e beneficiários do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva não tinham nenhuma entidade juridicamente constituída que representasse os seus legítimos interesses, as suas expectativas, as suas preocupações, as suas reclamações, e que se possa assumir como interlocutor privilegiado e porta voz dos interesses específicos de todos os beneficiários diretos e indiretos do empreendimento”.
Nesse sentido, a organização agora criada pretende “colaborar e cooperar com o Governo, as autarquias, a administração pública, a EDIA, a EDP, as Infraestruturas de Portugal, as operadoras de telecomunicações, entre outras entidades, de forma a desenvolver uma estratégia e um plano de longo prazo que assegure a conservação, a manutenção, a sustentabilidade e a competitividade de Alqueva para as próximas gerações.”
“Não há dúvidas de que existe um regadio público em Portugal antes de Alqueva e outro depois de Alqueva. Alqueva é um caso único no mundo dos grandes regadios públicos, que em apenas três anos após a sua conclusão já está a regar 90 000 hectares, mais de 80% da área regada. Estes dados são tão mais relevantes quando comparados com outros contextos de regadio público, com consideráveis limitações de água nas barragens que os abastecem num quadro de profundas alterações climáticas que o nosso país enfrenta, com maior ocorrência de períodos de seca prolongada ou de anormais quedas de precipitação. Os últimos três anos são a prova disso mesmo. Em fevereiro passado, com o país em estado de seca extrema, a única bacia hidrográfica que tinha condições de assegurar uma campanha de rega e de abastecimento público em condições normais era Alqueva, com um nível hidrológico de 67%”, acrescenta ainda a associação.