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Uma equipa internacional de cientistas propõe um roteiro de medidas imediatas, a médio e longo prazo para responder ao declínio da abundância dos insetos. A proposta foi realizada no estudo International scientists formulate a roadmap for insect conservation and recovery – recentemente publicado na revista Nature Ecology and Evolution –, coordenado por Jeffrey Harvey, investigador do Instituto Holandês de Ecologia, que envolve uma equipa internacional de mais de 70 investigadores.
Diversos estudos científicos têm demonstrado uma diminuição drástica da abundância e diversidade de insetos a nível mundial com origem na ação humana, o que constitui uma séria ameaça que deve ser considerada com urgência.
Perante a necessidade de tomar medidas, uma equipa internacional de investigadores, da qual fazem parte Paulo Borges e António Onofre Soares do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c, na Universidade dos Açores, apelou aos governos de cada país para a implementação imediata de várias medidas, no sentido de travar o declínio de insetos.
Manter a diversidade e combater espécies invasoras
Entre as várias recomendações constam a redução de forma imediata e significativa da emissão de gases com efeitos de estufa, eliminação gradual do uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos substituindo-os por medidas ecológicas, e a redução da poluição luminosa e sonora. As medidas estão integradas num roteiro que propõe também medidas a médio e longo prazo, como a aposta na investigação para compreender qual a contribuição de diferentes fatores de origem humana no declínio de insetos; a análise dos dados já existentes em coleções de insetos particulares e de museus e universidades; e, a longo prazo, o lançamento de parcerias público-privadas e iniciativas de financiamento sustentável com o objetivo de restaurar, proteger e criar novos habitats vitais para os insetos.
“Torna-se urgente manter a diversidade da paisagem, construir corredores ecológicos e evitar a proliferação de espécies invasoras que alteram os habitats. Com as alterações climáticas também é necessário redesenhar muitas áreas protegidas. Finalmente, é necessário manter a monitorização da abundância e diversidade dos insetos nas áreas naturais e nos ecossistemas agrícolas e florestais”, explica Paulo Borges.
“É preciso agir já. As evidências que já existem sobre algumas das principais causas do declínio de insetos são suficientes para nos permitir formular medidas imediatas. E os resultados da investigação que continua a ser desenvolvida, sobre espécies e regiões menos conhecidas, vai permitir modificar e melhorar as medidas já implementadas se necessário. Mas é fundamental agir já, caso contrário pode tornar-se demasiado tarde”, conclui.
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Fonte: Vida Rural