A cereja do Fundão gera cerca de 20 milhões de euros na economia do concelho com a produção a rondar as sete mil toneladas anuais, mais de metade da cereja produzida no país, disse o presidente da câmara local.
Paulo Fernandes falava na apresentação da campanha da cereja do Fundão de 2018 no Mercado de Alvalade, em Lisboa, onde explicou que «apesar das três semanas de atraso» no arranque da campanha prevê-se «um bom ano de produção, caso as condições meteorológicas não preguem uma partida na maturação» do fruto.
De acordo com o autarca, a economia da cereja «desde a venda em fresco aos produtos transformados vale mais de 20 milhões de euros», fazendo com que todos os anos aconteça um «crescimento de 10 por cento da área de produção», para os atuais dois mil hectares de cerejais.
«Os 20 milhões de euros em economia da cereja são um motor, do ponto de vista da economia familiar, e do nosso concelho. Produzimos qualquer coisa como sete mil toneladas de cereja, o que é mais de metade da cereja produzida no nosso país», referiu.
Paulo Fernandes lembrou ainda a economia «à volta da cereja em fresco» e a produção de já mais de 27 produtos diferentes que usam a cereja do Fundão como ingrediente principal, desde licores, a doces e compotas, gin, cervejas artesanais ou produtos de beleza.
O autarca referiu também a responsabilidade ambiental e social da marca cereja do Fundão, lembrando que está associada «às melhores práticas ambientais, dentro do quadro de sustentabilidade», tendo em conta a produção integrada, livre de pesticidas, entre outros parâmetros.
«A componente social é a mais diferenciadora. Tivemos o mérito, entre todos, de conseguir criar uma marca no país, que tem dificuldade em criar marcas que valorizem os produtos da terra. Vendemos muito marcas brancas e temos dificuldades em construir as nossas marcas, o que reduz o valor do que se paga ao produtor», explicou Paulo Fernandes.
O autarca frisou que a responsabilidade social começa «com a proximidade àquilo que é o comércio justo» e, por isso, a escolha da promoção nos Mercados de Lisboa, para que os fãs da cereja do Fundão saibam que parte significativa do valor do que compram «ficam no produtor e que lhe permite reinvestir no seu pomar e promover uma produção de excelência».
O município do Fundão tratou da falta de mão-de-obra na campanha da apanha da cereja ao criar o primeiro centro municipal de acolhimento de trabalho temporário, de forma a criar condições de trabalho aos emigrantes que são os principais responsáveis pela apanha do fruto.
«Precisamos de mão-de-obra emigrante para as colheitas e com as melhores condições de trabalho. Preocupava-nos e por isso celebramos um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações. Não reduzimos todos os riscos, mas reduzimos alguns», frisou.
A campanha deste ano continua a apostar em iniciativas realizadas no Fundão e em Lisboa, com diversos eventos, nomeadamente a Festa da Cereja, entre 8 e 10 de junho, além da VI Rota Gastronómica da Cereja, entre 15 a 30 de junho, com a participação de vários ‘chefs’ e restaurantes em Lisboa, Alentejo e Algarve.
Fonte: Lusa