Alguns meses de formação depois, a Academia 2017 do Centro de Frutologia Compal volta a entregar três bolsas de instalação, no valor de 20.000 euros cada, para instalação de explorações frutícolas.
No ano em que celebra o quinto aniversário, o Centro de Frutologia Compal assinalou o momento na sessão que encerra o programa de formação anual da Academia, ao dar voz àqueles que são os protagonistas da iniciativa desde a sua criação: os formandos.
Com apresentação de Jorge Serafim e a presença na plateia de vários dos membros que integram o Centro de Frutologia Compal, a sessão contou com um painel em que vencedores de anteriores edições da Academia partilharam os seus desafios e conquistas na área frutícola.
Alexandre Pacheco, Ricardo Tojal, Olívia Calvo e Carlos Matos falaram sobre a importância de terem participado nesta formação. «Aprendemos muito, mas o que mais ficou foi o respeito pela agricultura», referiu Ricardo Tojal, com aspetos como «adaptabilidade das espécies e o escoamento de produção» a serem salientados por Alexandre Pacheco como conhecimentos relevantes que adquiriu.
«Todas as horas de formação foram mesmo muito importantes», reforçou Carlos Matos. Alexandre Pacheco acrescentou o quão a estratégia é fundamental para qualquer projeto frutícola: «é fundamental planearmos tudo muito bem”, já que “temos que ver se temos todas as condições para uma boa instalação».
Olívia Calvo recordou, ainda, o lançamento do Compal de Maçã de Armamar e Limão de Resende, a primeira edição limitada lançada pelo Centro de Frutologia de Compal em março deste ano e que foi feita a partir dos limões do pomar de Olívia. Aliás, estes foram mesmo «os primeiros daquela plantação».
Em 2017, os empreendedores distinguidos da Academia do Centro de Frutologia Compal são Carla Cunha, Gonçalo Fialho e Nicolau Félix.
Os seus projetos inovadores receberam bolsas de instalação no valor de 20.000 euros, atribuídas pelo júri da Academia.
Carla Cunha tem formação em Biologia e trabalha atualmente em Engenharia Biomédica. Arriscou e enveredou pela agricultura com a instalação de uma fruta pouco comum em Portugal: o kiwi, numa plantação de dois hectares, no concelho de Paredes. Carla vai agora também produzir dióspiro e marmelo e, graças à bolsa de instalação que recebeu, está já a pensar em «aumentar a exploração».
No Alentejo está instalada a plantação de romã em modo de produção biológica de Gonçalo Fialho, representado pela irmã Inês Fialho, formada em Engenharia Agronómica.
Inês participou nas muitas horas de formação em sala e visitas a explorações-modelo, numa experiência que considera «muito gratificante e importante para os produtores frutícolas de Portugal», pelo «conhecimento de outras realidades» e em aspetos fundamentais como o escoamento de produtos e novas técnicas.
Com formação em Engenharia Agrícola, Nicolau Félix tem no seu projeto várias frutas (pera, maçã, ameixa e ginja), instaladas em Óbidos, Bombarral e no concelho de Santarém, «tentando potenciar as características de cada local».
Nicolau assinala que a bolsa de instalação «vai ser muito importante» para poder concretizar o seu projeto «muito ambicioso». Do seu período de formação na Academia, realça sobretudo o «conhecimento do ponto de vista técnico», que avalia como «muito enriquecedor»,
José Jordão, Presidente do Centro de Frutologia Compal, salienta que os objetivos para o futuro da iniciativa passam por «continuar o trabalho desenvolvido, fazendo mais e melhor a cada dia, para consolidar a existência de uma verdadeira fileira da fruta em Portugal, aumentando a competitividade da fruta nacional, apostando numa estratégia integradora que envolva os stakeholders-chave do setor».
Nos últimos cinco anos, a Academia do Centro de Frutologia Compal formou 60 empreendedores frutícolas, criando uma rede de networking que potencia novas colaborações e parcerias, e estreitando o contacto entre participantes e importantes players do setor agrícola nacional.