Casta autóctone portuguesa
A utilização para plantações desta casta é actualmente de cerca de 10%, com tendência crescente.
Informação Viticert
Morfologia
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim e média densidade de pêlos prostrados.
Folha Jovem: Verde com tons acobreados, página inferior com média densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpanos: Estriado de vermelho, gomos ligeiramente avermelhados.
Folha Adulta: Pequena, pentagonal, com cinco lóbulos. Limbo verde médio, plano e bolhoso. Página inferior com média densidade de pêlos prostrados e de pêlos erectos. Dentes curtos e rectilíneos. Seio peciolar aberto, em V, seios laterais abertos, com base em U.
Cacho: Pequeno, cilindro-cónico, medianamente compacto. Pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Ligeiramente achatado, médio, negro-azul; película de espessura média, polpa mole.
Sarmento: Castanho escuro.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fenologia
Abrolhamento: Precoce, 2 dias após a ‘Castelão’.
Floração: Precoce, em simultâneo com a ‘Castelão’.
Pintor: Época média, 2 dias após a ‘Castelão’.
Maturação: Época média, uma semana após a ‘Castelão’. (Magalhães 2006, comunicação pessoal: no Douro, maturação tardia, geralmente das últimas a ser vindimada, para que se atinja a conveniente maturação fenólica.)
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fisiologia
Porte retombante, vigor elevado. Pouco sensível ao Míldio e ao Oídio, sensível à Escoriose. Resistência à podridão e à oxidação.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Valor genético
Variabilidade intravarietal média.
Prof. Antero Martins ISA
Casta classificada
Vinho de qualidade IPR: “Valpaços”, “Planalto Mirandês”.
Vinho de qualidade DOC: “Porto”, “Douro”, “Távora-Varosa”, “Bairrada”, “Óbidos”, “Alenquer”, “Arruda”, “Torres Vedras”, “Lagos”, “Lagoa”, “Tavira”.
Vinho regional: “Minho”, “Trás-os-Montes”, “Beiras” (todas as sub-regiões), “Estremadura”, “Ribatejo”, “Terras do Sado”, “Alentejano”, “Algarve”.
Informação Anuário IVV
Descrição geral
Reconhecem-se facilmente pelas folhas verde-escuro, com enrugamento pronunciado e ainda pelo elevado poliformismo dessas. Casta produtiva, deve-se evitar o excesso de produção nos primeiros anos da plantação, porque pode enfraquecer a planta ou mesmo levar à degradação da sebe. Casta para ser geralmente vindimada tarde, com resistência às chuvas de Outono.
Descrição do vinho monovarietal
Muito boa aptidão para vinho monovarietal, no entanto, também é recomendada para lote. O aroma é macio, redondo e quente, lembrando frutos silvestres vermelhos escuros, quase pretos, muito maduros, com algumas passagens florais de predominância para violeta, mostrando nos bons anos um excelente perfume doce, semelhante ao da esteva (Almeida 1990/98). Apresenta boa capacidade de envelhecimento, em particular para envelhecimento em madeira. A qualidade do vinho é muito elevada sendo considerada uma “casta piloto”.
Qualidade do material vegetativo
Material policlonal garantia Porvitis. Material certificado JBP clone 16, 108 e 112, ISA clones 17-23.
Alguns vinhos no mercado
Quinta do Vallado; Quinta dos Roques; Quinta da Cortezia; Quinta da Plansel (Jorge Boehm); entre outros.