Casta autóctone portuguesa
Conhecida por Maria Gomes na região da Bairrada.
A actual utilização desta casta em plantações é cerca de 2,4%.
Informação Viticert
Morfologia
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim de intensidade média e média densidade de pêlos prostrados.
Folha Jovem: Amarela com zonas bronzeadas, página inferior com elevada densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpanos: Ligeiramente estriado de vermelho, com gomos verdes.
Folha Adulta: Tamanho médio, pentagonal, com três lóbulos. Limbo verde-escuro, irregular, bolhosidade média. Página inferior com média densidade de pêlos prostrados. Dentes curtos e convexos. Seio peciolar aberto, com a base em U, seios laterais abertos em V.
Cacho: Médio, cónico alado, curto, medianamente compacto. Pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Arredondado, pequeno e verde-amarelado; película de espessura média, polpa mole.
Sarmento: Castanho amarelado.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fenologia
A Fernão Pires é considerada casta-referência para os estados fenológicos das castas brancas.
Abrolhamento: Precoce.
Floração: Precoce.
Pintor: Precoce.
Maturação: Precoce.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fisiologia
Porte prostrado. Vigor médio. Boa produtividade. Sensível ao míldio e à podridão. Menos sensível ao oídio. Devido a abrolhar cedo, é sensível às geadas tardias.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Valor genético
Coeficiente de variação genótipo do rendimento médio
h2G (%) = 49,4; C.V.G (%) = 17,42
Prof. Antero Martins ISA
Casta classificada
Vinho regional: Minho, Trás-os-Montes, Beiras com todas sub-regiões, Estremadura com sub-regiões, Ribatejano, Terras do Sado, Alentejano, Algarve, Açores. Vinho de qualidade: IPR Valpaços, DOC Douro, DOC Távora, DOC Bairrada, IPR Encostas da Aire, IPR Alcobaça, DOC’s de Óbidos, Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Ribatejo, Palmela.
Informação Anuário IVV
Descrição geral
É considerada a casta branca mais cultivada em Portugal, estando praticamente representada em todas as regiões vitícolas, no entanto apresenta maior incidência no Ribatejo e Bairrada. O seu sucesso vem da boa capacidade produtiva, precocidade que lhe permite atingir um elevado teor de açúcar nas uvas e ainda da elevada intensidade aromática.
Publicação Repsol/Prof. Loureiro
Descrição do vinho monovarietal
Do ponto de vista enológico é uma casta polémica, adorada por uns, que lhe reconhecem uma grande intensidade aromática que quando bem explorada permite a obtenção de vinhos distintos com boa estrutura e forte personalidade; odiada por outros que referem que devido à sua falta de acidez conduzem a vinhos chatos e sem longevidade, aromas pesados, muito susceptíveis à oxidação. O carácter mais marcante é sem dúvida a natureza e intensidade de aromas, o que a torna talvez uma das mais aromáticas. Os seus aromas fazem lembrar frutos cítricos doces, como laranja, e flores como mimosa, tília, laranjeira e loureiro.
Publicação Repsol/Prof. Loureiro
Qualidade do material vegetativo
Material policlonal garantia Porvitis.
Material base e certificado clone: 1 JBP (Plansel).
Material certificado clone: 68, 69, 70, 71, 72, 73 e 74 (EAN).
Alguns vinhos no mercado
Adega Cooperativa de Cantanhede (Maria Gomes), Casa Cadaval, Caves Dom Teodósio, Casa Agrícola Herdeiros Luís de Margaride.