A Syngenta apresenta uma nova solução para o controlo do míldio da batateira – Carial Flex – o qual combina duas substâncias ativas que atuam em todos os estados de desenvolvimento do fungo, proporcionando um maior controlo do míldio, a principal doença que afeta a cultura da batateira.
O lançamento do Carial Flex decorreu a 14 de dezembro, na Herdade do Monte Novo, concelho de Palmela, com a presença de técnicos das organizações de produtores e da distribuição, vindos de todo o país.
A Syngenta convidou a PorBatata – Associação da Batata de Portugal para uma apresentação sobre as tendências e desafios do mercado nacional da batata.
«Não somos os maiores, mas somos bons produtores de batata, devemos procurar os parceiros certos e os países indicados para valorizar a batata portuguesa na exportação. A PorBatata vai dar início a um programa de internacionalização da batata portuguesa, ancorado numa marca nacional de batata», revelou António Gomes, presidente da direção desta associação criada em 2016 e que tem 42 empresas associadas.
Sandra Pereira, secretária-geral da PorBatata, explicou que o objetivo da associação «é ser a voz oficial do setor da batata junto das autoridades nacionais e estrangeiras, contribuir para o aumento da competitividade da cultura da batata e promover o consumo de batata portuguesa».
Neste primeiro ano de atividade, destaca-se a intervenção da PorBatata junto do Ministério da Agricultura, que resultou na criação de uma linha de crédito no valor de 3 milhões de euros para apoiar necessidades de tesouraria dos operadores do setor da batata, e a realização de reuniões de trabalho com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária sobre problemas fitossanitários que afetam a cultura da batata, com a APED – Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição e com a Europatat, a associação europeia para o comércio de batata que representa o setor na Comissão Europeia.
Humberto Bizarro, responsável técnico de campo da Hortapronta, introduziu o tema do míldio da batateira, recordando que é a doença mais grave nesta cultura, tanto em Portugal como em todo o mundo, podendo dizimar um campo de batata em poucas horas: «se não controlarmos o míldio, não conseguimos controlar o campo.
É essencial realizar tratamentos fungicidas de forma preventiva e devemos combinar produtos com diferentes modos de ação, por forma a evitar resistências».
O técnico lembrou que a batata é dos alimentos mais consumidos na Europa e que, no final do século XIX, o míldio dizimou a cultura da batata na República da Irlanda, tendo a escassez deste produto, base da dieta alimentar, levado à morte de milhões de irlandeses.
O Carial Flex surge como um novo aliado dos agricultores para controlar o míldio da batateira, contendo na sua formulação, uma combinação versátil de duas substâncias ativas – a mandipropamida (25%) e o cimoxanil (16%) –, que fazem deste fungicida um produto extremamente robusto no combate à doença.
A mandipropamida tem máxima ação em aplicações preventivas, atua sobre a germinação dos zoósporos e dos esporângios, inibindo rapidamente o crescimento do fungo. A sua eficácia deve-se à dupla ação: tem uma atividade de contato duradoura, aderindo de imediato e com tenacidade à capa cerosa da planta e mantendo a sua ação preventiva durante um período de tempo prolongado.
Resiste à lavagem pela chuva intensa que ocorra entre aplicações. A mandipropamida tem ainda atividade no interior da planta e translaminar, penetrando no interior dos tecidos vegetais até à parte oposta da superfície tratada, o que permite a sua atuação na fase inicial das infeções por míldio.
O cimoxanil tem um modo de ação multimetabólico, diferente de qualquer outro fungicida comercializado no mercado, com ação preventiva, curativa e anti-esporulante. Atua sobre todos os estados de desenvolvimento do fungo e comporta-se de modo sinérgico quando misturado com outros fungicidas. Além disso, estimula as defesas da planta, proporcionando um determinado nível de tolerância ao fungo.
O Carial Flex, ao ser uma formulação sem ditiocarbamatos, é uma solução sustentável, tendo em consideração o processo de revisão de substâncias ativas pela Comissão Europeia, o qual poderá vir a restringir a utilização de formulações com ditiocarbamatos na sua composição.
«O Carial Flex preenche uma lacuna no portfólio da Syngenta em fungicidas com ação penetrante e responde às necessidades globais do mercado português, sendo apresentado em duas embalagens – 5kg e 60g –, a primeira para o mercado mais profissional da batata e a segunda para a lavoura tradicional», explica Maria do Carmo Pereira, portfolio manager de fungicidas da Syngenta na Península Ibérica.
A mandipropamida resulta da I&D da Syngenta e está a ser trabalhada numa estratégia “multi-site free” para controlo do míldio em várias culturas, como a batateira, o tomateiro e a vinha. Para além do Carial Flex, a mandipropamida está presente em produtos como o Carial Top, fungicida para o controlo do míldio e da alternaria da batateira e do tomateiro, e o Ampexio, um anti-míldio para vinha, ambos a lançar no mercado português em 2018.
Eleutério Málaga, coordenador técnico na Syngenta para Portugal e as regiões Centro e Norte de Espanha, realizou uma apresentação sobre os sintomas e formas de controlo das principais doenças radiculares que afetam a batateira, algumas causadas por fungos – míldio, alternária, rizoctónia, sarna prateada e sarna pulverulenta – e outras originadas por bactérias – pé negro, murchidão bacteriana e sarna comum.
De acordo com números oficiais revelados no evento, Portugal produz em média 500.000 toneladas de batata/ano, em cerca de 25.000 hectares, e importa um volume semelhante de batata.
O grau de auto-aprovisionamento do nosso país em batata ronda os 50% e o consumo per capita é de 93,1 kg batata/habitante/ano. Já as exportações nacionais de batata são estimadas em 100.000 toneladas.