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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) alertou esta semana para as consequências que a greve de motoristas, com início marcado para o próximo dia 12 de agosto, poderá ter nas colheitas agrícolas, considerando que o Governo não teve em conta os agricultores na rede de emergência.
Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, disse em declarações à Lusa que uma greve em pleno mês de agosto, altura da colheita de vários produtos, como o tomate, a pera Rocha e a uva para o vinho, “pode constituir um desastre” e não sabe se “o Governo está consciente” da sua gravidade.
“Pretendemos que o Governo tome a devida consciência da situação, porque em pleno mês de agosto com temperaturas elevadas, com culturas perecíveis, que têm de ser colhidas em períodos de tempo muito curtos que estão programados há meses, [as culturas]não podem de maneira nenhuma ficar no terreno”, defendeu ainda Eduardo Oliveira e Sousa.
De acordo com o presidente da CAP, a rede de emergência para abastecimento dos postos de combustíveis anunciada pelo Governo não contempla as zonas rurais e “é necessário criar um sistema de prioridade de abastecimento dos postos onde os agricultores possam acorrer para que as colheitas não fiquem postas em causa”.
Recorde-se que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas entregou no início de julho o pré-aviso de greve, com início marcado para o dia 12 de agosto e por tempo indeterminado. Os motoristas querem que o novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o setor entre em vigor.
Já esta semana, os motoristas de mercadorias afetos ao Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) anunciaram que também se vão juntar à paralisação, entre os dias 12 e 20 de agosto. De acordo com a Lusa, o STRUN representa cerca de 1000 motoristas de mercadorias do Norte e antecipa que a greve possa ter impacto no transporte de todo o tipo de mercadorias.
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Fonte: Vida Rural