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As previsões são do Boletim de Agricultura e Pescas de outubro do INE: a campanha de tomate para indústria deste ano deverá ser “bastante produtiva”, ultrapassando os 1,5 milhões de toneladas. Por sua vez, e numa trajetória contrária à do tomate, o milho de regadio, o arroz e a batata de regadio deverão registar quebras na produtividade.
Segundo o INE, esta campanha de tomate de indústria deverá ser a segunda maior desde 1986, mas ficará ainda assim “aquém do resultado alcançado na campanha anterior”, uma estimativa para a qual terão contribuído “a precipitação intensa das duas primeiras semanas de maio” e “as temperaturas muito elevadas em agosto e setembro inibiram a floração e o vingamento”.
Produtividade do milho, batata e arroz cai
No que ao milho de regadio diz respeito, as previsões do INE apontam para uma redução na produtividade na ordem dos 5%, uma quebra que é fruto de fatores como “a utilização generalizada de variedades de ciclo mais curto (para compensar os atrasos na plantação) e as elevadas temperaturas na floração”.
No arroz é também esperada uma produção inferior à da campanha anterior (-5%), graças a alguns ataques de piriculária (principal doença do arroz, de origem fúngica) e de aves (no Baixo Vouga), e na batata de regadio a produção pouco homogénea nas principais zonas produtoras poderá ter um impacto negativo, com “reduções muito significativas de produção face à campanha anterior” em algumas zonas do país.
Campanha de pera foi pouco produtiva
As previsões do INE para os frutícolas indicam também que “as condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir ao longo do ciclo de produção das pomóideas” poderão condicionar a produção alcançada.
Na pera prevê-se uma quebra na produção de cerca de 20% face à campanha anterior, e na maçã e no pêssego a quebra deverá chegar aos 25%.
Espera-se menor produção vitivinícola
Quanto à vindima, que este ano começou um pouco mais tarde, as previsões apontam para uma diminuição da produção de cerca de 20% face a 2015, “essencialmente devido à ocorrência de acidentes fisiológicos, nomeadamente desavinho e bagoinha (fruto da precipitação intensa na fase da floração/alimpa), e aos fortes ataques de doenças criptogâmicas, em especial de míldio, cujas infeções se revelaram de muito difícil controlo.”
Na produção animal, é de referir que o peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em agosto de 2016 foi 43 079 toneladas, o que correspondeu a um crescimento de 5,8%.
Os números do INE mostram que os volumes de abate de suínos, de bovinos e caprinos cresceram 7,1, 3,1% e 4,1%, respetivamente, enquanto os ovinos e os equídeos assinalaram decréscimos de 14% e 58,3%, respetivamente.
Por fim, importa destacar que também em agosto deste ano o peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 29 688 toneladas, o que representa uma variação positiva de 7,2%.