A Federação Nacional de Regantes (FENAREG) avisa, em comunicado, que «o ano 2018 antevê-se preocupante face às escassas disponibilidades de água. A precipitação não tem sido em quantidade suficiente para fazer recuperar os níveis de armazenamento das albufeiras, em especial no sul do País, que no final do verão passado tinham ficado com níveis críticos».
Nessa medida, realça a organização, «os regantes estão preocupados com o impacto que a falta de água poderá ter na produção alimentar e suas consequências sociais, económicas e ambientais e alertam para as medidas que deverão ser tomadas urgententemente para as minimizar».
«Há que planear com antecedência e atuar nos locais onde ainda será possível minimizar a situação», sustenta.
A FENAREG, que reúne 90% do regadio organizado em Portugal, sinaliza a situação extrema deste ano e a necessidade de ações que dêem resposta efetiva ao problema de falta de água.
E lembra que recentemente foi anunciado pelo Governo uma verba de 3,5 milhões de euros para limpeza de sedimentos em 8 barragens e uma ação de alteamento.
«Este tipo de medidas de caráter eminentemente político conta com o apoio do fundo ambiental, que esperemos não se esgote aqui, pois existem prioridades, como o alteamento de mais barragens e aumentar os volumes transferidos de Alqueva, para melhorar a qualidade da água das albufeiras, de forma direta, ao mesmo tempo que permite responder à falta de água para os diversos fins», vinca a FENAREG.
«A título de exemplo, o investimento anunciado seria o equivalente ao custo de “encher” todas as albufeiras dos perímetros confinantes ligadas a Alqueva e para as quais o atual preço de Alqueva é incomportável».
A FENAREG apela para medidas que respondam às prioridades imediatas da falta de água. Neste sentido, já foi solicitada, desde novembro passado, uma audiência ao ministro da Agricultura onde, entre outros, este será um tema a discutir.